quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Quando o corpo aprende a ter medo de amar

 


EPISÓDIO 4 — Quando o corpo aprende a ter medo de amar: o impacto do apego e das experiências precoces

(Série: As Correntes Invisíveis da Família)

Existe um momento da vida em que o corpo aprende o que é amor.
E, infelizmente, também existe um momento em que ele aprende o que é perda, medo e insegurança.

O mais curioso é que tudo isso acontece muito antes de termos consciência.
Muito antes de entendermos palavras.
Muito antes de sabermos que existe uma “história”.

O corpo guarda tudo.

E é por isso que tantas pessoas sentem algo muito estranho quando tentam se aproximar de alguém:

✨ ansiedade repentina
✨ um aperto forte no peito
✨ uma vontade de fugir
✨ sensação de sufoco
✨ confusão
✨ desconexão
✨ um “não sei o que está acontecendo”

Não é falta de amor.
Não é falta de coragem.
É memória.

Memória afetiva.
Memória corporal.
Memória ancestral.


Quando o amor é aprendido pela via da dor

Existem famílias onde o afeto sempre foi instável.
Onde o cuidado vinha, mas depois desaparecia.
Onde o olhar era amoroso, mas cheio de medo.
Onde alguém essencial se foi cedo demais.
Onde os vínculos foram interrompidos abruptamente.

Em sistemas assim, o corpo aprende uma lição silenciosa:

“Amar é arriscado.”
“Se eu me aproximar, posso perder.”
“Melhor não depender de ninguém.”

E essa mensagem, que começou lá atrás, continua ecoando anos depois.

Às vezes você encontra alguém que realmente gosta de você.
Alguém que te olha com carinho.
Alguém que quer ficar.

Mas seu corpo entra em alerta.

Como se dissesse:
“Cuidado. Isso já doeu demais um dia.”

E aí você recua, esfria, bloqueia, se afasta ou simplesmente… trava.


Apego não é só teoria. É energia. É corpo. É campo.

Mesmo não trabalhando como psicóloga, sempre me inspirei na teoria do apego porque ela traz uma compreensão profunda sobre como nos vinculamos.

Mas, na minha visão integrativa, o apego vai além:

✨ é vibração
✨ é campo familiar
✨ é energia herdada
✨ é memória da alma
✨ é sobrevivência emocional
✨ é aquilo que o corpo aprendeu muito antes de você se tornar adulto(a)

Se, na infância, o amor veio misturado com medo, instabilidade ou perda…
o corpo aprende a se defender.

E continua defendendo mesmo quando a vida muda.


Os sinais de que o corpo tem medo de amar

Você pode até querer muito um relacionamento — mas o corpo fala outra língua:

▸ sente que não pode confiar
▸ espera que algo dê errado
▸ se conecta demais rápido demais (e depois desaba)
▸ ou não consegue se conectar de jeito nenhum
▸ teme ser rejeitado(a)
▸ teme ser visto(a) de verdade
▸ teme depender
▸ teme perder
▸ teme repetir a história

E tudo isso acontece sem consciência.
Porque não é a mente que decide.
É o corpo.


Mas o corpo também aprende novos caminhos

Isso é a coisa mais bonita.

A alma sabe como se curar.
O corpo sabe como se reorganizar.
O coração sabe como reencontrar segurança.

Com consciência, presença e amor, podemos:

✨ ressignificar memórias antigas
✨ acalmar o sistema nervoso
✨ trazer segurança para dentro
✨ criar novos padrões de vínculo
✨ honrar a dor sem repetir o caminho dela
✨ escolher vínculos mais saudáveis
✨ permitir que o amor se aproxime sem acionar alarmes internos

A boa notícia é:
o corpo não é uma sentença.
É um caminho.
E caminhos podem ser transformados.


Se esse capítulo tocou algo profundo em você… escute.

O corpo fala quando a alma está pedindo passagem.
O medo fala quando a vida quer convidar você para algo novo.
O bloqueio aparece quando chegou a hora de libertar uma história antiga.

Nos próximos capítulos, vamos continuar explorando:

✨ os fios ocultos da família
✨ como libertar vínculos congelados
✨ o que acontece quando o luto impede o amor
✨ e como abrir portas internas com gentileza e consciência

E se você sentir que é hora de olhar isso com mais profundidade e presença…
eu caminho ao seu lado.

Com amor,
Cida Medeiros 


Sobre mim

Sou Terapeuta Integrativa com mais de 30 anos de atuação em práticas energéticas, sistêmicas e de autoconhecimento, criadora da Abordagem Integrativa da Alma.
Estou concluindo o 10º semestre de Psicologia, mas não atuo como psicóloga, não ofereço diagnóstico e utilizo apenas referenciais teóricos inspiradores.
Meu trabalho é voltado para consciência, espiritualidade, integração e expansão da alma.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Quando o amor ameaça o sistema: os triângulos invisíveis da família

 




EPISÓDIO 3 — Quando o amor ameaça o sistema: os triângulos invisíveis da família

Existe uma força silenciosa que atravessa muitas histórias familiares:

o triângulo invisível.

É um tipo de arranjo energético e emocional onde, sem perceber, alguém se torna responsável por manter o equilíbrio do sistema — e isso pode bloquear profundamente sua vida afetiva.

Talvez você já tenha vivido algo assim:
Cada vez que um relacionamento começa a evoluir… alguma coisa pesa.
Um chamado interno surge.
Uma culpa inesperada aparece.
Um movimento de “volta para cá” ecoa dentro do peito.

E, de repente, aquela relação que parecia promissora… desmorona.
Não porque faltou amor.
Mas porque, de algum jeito, o sistema familiar sentiu que poderia perder você.


O lugar que não era seu, mas você ocupou

Triângulos familiares aparecem quando alguém, geralmente ainda criança, é puxado para ocupar um papel que não deveria ter assumido:

▸ o “confidente” emocional de um dos pais
▸ o “pilar” da família
▸ o “pacificador” dos conflitos
▸ a pessoa que segura o sistema unido
▸ o substituto simbólico de alguém que morreu ou partiu

Quando isso acontece, forma-se uma lealdade profunda, muitas vezes inconsciente.

E essa lealdade tem uma mensagem sutil:
“Você não pode ir. Você faz falta aqui.”

Então, quando um amor real aparece, o sistema se organiza para “puxar você de volta”.

Não é uma maldade.
É uma tentativa de sobrevivência emocional.


Por que o amor vira ameaça?

Porque ele significa:

✨ autonomia
✨ movimento
✨ mudança de papéis
✨ saída do lugar original
✨ expansão

E famílias marcadas por perdas, traumas, silêncios ou vínculos muito fortes tendem a interpretar expansão como risco.

O novo parceiro vira “o intruso”.
A relação amorosa vira ameaça ao equilíbrio.
E a pessoa que tenta amar vive uma batalha interna entre o amor que deseja e o papel que ocupa desde sempre.


Os sinais de que existe um triângulo ativo

Alguns movimentos são comuns quando há essa dinâmica:

▸ sentir culpa ao se afastar da família
▸ crises surgem justo quando o relacionamento melhora
▸ dificuldade de se entregar totalmente
▸ sensação de ser “puxado para trás”
▸ peso no peito ao imaginar formar uma nova família
▸ medo de repetir sofrimentos antigos
▸ necessidade de cuidar de alguém do sistema antes de cuidar de si
▸ relacionamentos que terminam sem explicações claras

E, muitas vezes, a própria família inconscientemente reforça isso com frases como:

“Só você me entende.”
“Se você sair, fico sozinho(a).”
“Família em primeiro lugar.”
“Não esqueça de onde você veio.”

Todas aparentemente inocentes…
mas carregadas de vínculos invisíveis.


Mas aqui vem a parte bela: todo triângulo pode ser reconhecido — e transformado

Quando você percebe que está preso(a) entre um vínculo antigo e um amor que tenta nascer, algo dentro de você começa a se organizar.

Não é sobre cortar a família.
Muito menos sobre lutar contra ela.

É sobre:

✨ honrar o papel que você ocupou
✨ agradecer a energia de cuidado e pertencimento
✨ devolver simbolicamente o que nunca foi seu
✨ permitir que cada um esteja no seu próprio lugar
✨ libertar seu coração para viver o que é seu por destino

A alma sabe quando chega a hora de seguir.

E quando você dá esse passo com amor — e não com ruptura — a família inteira respira aliviada, mesmo que não perceba conscientemente.


Se esse capítulo falou com você… confie no que sentiu

Triângulos invisíveis são poderosos.
Mas sua capacidade de se libertar deles é ainda maior.

Nos próximos capítulos da série, vamos explorar:

✨ vínculos de apego
✨ medos herdados
✨ a porta interna que começa a se abrir
✨ caminhos espirituais e sistêmicos de cura
✨ formas de honrar sua alma sem abandonar sua família

Se quiser continuar aprofundando esse tema, eu caminho com você.

Com carinho,
Cida Medeiros 💛🌿


Sobre mim

Sou Terapeuta Integrativa com mais de 30 anos de atuação em práticas energéticas, sistêmicas e de autoconhecimento. Criadora da Abordagem Integrativa da Alma.
Estou concluindo o 10º semestre de Psicologia, mas não atuo como psicóloga, não ofereço diagnóstico nem tratamento psicológico, e utilizo referências da Psicologia apenas como inspiração teórica.
Meu trabalho é voltado para consciência, espiritualidade, integração e expansão do ser.

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Quando a família fecha as portas

 


EPISÓDIO 2 — Quando a família fecha as portas: o impacto invisível do trauma transgeracional

Existe um fenômeno silencioso que eu observo há décadas — nos meus atendimentos, nos estudos, e na minha própria história:
famílias que, após uma dor muito grande, se tornam sistemas fechados.

É como se, depois de uma perda, o campo familiar dissesse:
“Ninguém mais entra. Só assim a gente sobrevive.”

E esse movimento, que nasce como proteção, muitas vezes se transforma em prisão.

Eu sei disso porque eu vivi isso.


Quando o trauma constrói muros

Em muitas linhagens, grandes dores — mortes, abandonos, separações traumáticas, injustiças, violências — criam um pacto invisível entre os membros:

“Se ficarmos juntos, estaremos seguros.
Se alguém se aproximar demais, podemos perder de novo.”

É uma lógica que não nasce da consciência.
Nasce do corpo emocional da família.
Nasce do medo.

É um muro feito não de tijolos, mas de lembranças, de silêncios, de pactos que ninguém assinou…
e que mesmo assim continuam valendo.

No meu sistema de origem, por exemplo, a morte da minha mãe marcou profundamente todos os vínculos.
E antes dela, outras perdas já vinham se acumulando na linhagem — como se a vida repetisse um padrão que ninguém conseguia nomear.

Quando percebi isso, algo fez sentido dentro de mim:
o amor não era perigoso.
Mas o meu sistema familiar tinha aprendido que era.


A porta se fecha para fora — e também para dentro

Quando uma família entra nesse modo de defesa, várias dinâmicas começam a aparecer:

▸ dificuldade de permitir relacionamentos amorosos
▸ medo de abandono por antecipação
▸ bloqueios sutis na escolha de parceiros
▸ vínculos que não se sustentam
▸ sensação de “pertencer apenas à família”
▸ culpa ao seguir a própria vida
▸ lealdade aos que sofreram ou morreram
▸ sabotagens inconscientes na hora de amar

É como se uma parte nossa dissesse:
“Se eu amar alguém, enfraqueço a fortaleza que mantém minha família de pé.”

E essa lealdade é tão profunda que muitas vezes a pessoa nem percebe que está vivendo para manter um pacto antigo, e não para viver o próprio destino.


Ninguém faz isso por mal.

Quando olho para essas dinâmicas com os olhos da alma, vejo algo muito humano:

✨ famílias tentando proteger seus membros
✨ histórias tentando encontrar sentido
✨ dores tentando ser lembradas
✨ ancestrais tentando evitar novas perdas
✨ crianças internas tentando sobreviver

Até que chega uma geração — e talvez seja a sua — que começa a perceber o peso.
Que começa a questionar.
Que começa a sentir a necessidade de viver algo diferente.

E é aí que a cura começa a se movimentar.


Quando o sistema fecha… alguém precisa abrir

E abrir não é confrontar.
Nem romper.
Nem abandonar.

Abrir é:

— trazer luz para onde havia silêncio
— acolher a dor e a história
— honrar aqueles que vieram antes
— libertar o que não é nosso
— permitir novas possibilidades
— reconhecer que amor não ameaça a família
— e sim continua a vida dela

É um processo profundo, amoroso, espiritual e sistêmico.

E quando ele começa, algo muda no campo familiar inteiro.


Se isso ressoou em você… talvez sua alma esteja pedindo passagem

Se enquanto você lia, uma parte sua pensou:

“Eu sinto isso na minha família também.”

Saiba que esse é um chamado.
Um despertar.
Uma chave que começa a girar por dentro.

Nos próximos episódios, vamos tocar:

✨ a lealdade familiar
✨ as travas internas que vêm do passado
✨ como reconhecer padrões de bloqueio
✨ teoria do apego como inspiração
✨ caminhos para libertar o coração
✨ e formas integrativas de honrar sua linhagem sem repetir seus sofrimentos

E se, em qualquer momento, você sentir que quer olhar isso com cuidado, presença e profundidade, minha Abordagem Integrativa da Alma está aqui para te acompanhar nesse despertar — sempre com ética, amor e respeito.

Nos vemos no Episódio 3.
Com carinho,
Cida Medeiros 

Considere que sou uma Terapeuta Integrativa com mais de 30 anos de atuação em práticas energéticas, sistêmicas e de autoconhecimento. Minha escrita é inspirada pela Psicologia, mas não substitui acompanhamento psicológico e não se trata de diagnóstico. Aqui, seguimos juntas ampliando consciência, honrando histórias e abrindo caminhos de alma.

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Quando o amor esbarra em algo que não vemos

 


A porta interna que não abre: quando o amor esbarra em algo que não vemos


Tem uma sensação que eu conheço tão bem, que às vezes parece que mora no meu corpo há anos:
aquela mistura de querer, mas não conseguir.

Querer amar.
Querer se aproximar.
Querer permitir que alguém entre.

Mas, no instante em que o coração dá um passo, algo dentro de mim fecha a porta.
É quase físico.
Uma trava.
Um peso no peito.
Como se um vigia invisível dissesse:
“Melhor não.”

E por muito tempo, eu achei que era só insegurança, falta de confiança, ou qualquer uma dessas coisas que a gente repete para tentar se convencer.
Mas não era.

Com o tempo — e muita terapia, estudo, quedas, entendimentos e recomeços — percebi que essa porta fechada não era minha.
Era da minha história.
Era da minha família.
Era de coisas que aconteceram muito antes de eu nascer.

E essa foi uma das descobertas mais estranhas e libertadoras da minha vida.


✦ Quando o corpo ama, mas o sistema não permite

Eu falo muito sobre isso nos meus atendimentos:
não é que você não queira se relacionar.
Não é que você não mereça.
Não é que você não seja suficiente.

É que, em algumas famílias, existe uma espécie de contrato silencioso:
“Ficamos juntos para sobreviver.
E ninguém entra.”

Esse acordo nasce, muitas vezes, do trauma.
E trauma não é só o que feriu.
Trauma também é aquilo que nos fez fechar.

No meu caso, houve a morte da minha mãe.
Um acidente.
Um vazio.
Um mundo que virou de cabeça para baixo.
Mas, mesmo antes disso, já havia tantas outras perdas no sistema dela…
Tantas mortes, tantas dores, tantos silêncios…
Que meu corpo, de algum jeito, aprendeu que amor pode virar ausência.
E ausência dói.

Então, quando o amor se aproxima hoje, o corpo lembra de ontem.
Ele acha que está me protegendo.
E fecha.


Eu não sou a única. E talvez você também não seja.

Depois de tantos atendimentos, cursos, constelações, estudo da teoria do apego e agora Bowen…
eu vi um padrão:

Quando uma família vive muita dor, ela se fecha para o mundo.
E, sem perceber, fecha também seus filhos para o amor.

Alguns efeitos costumam aparecer:

▸ medo de se entregar
▸ relações que não duram
▸ atração por pessoas indisponíveis
▸ sensação de “prisão interna”
▸ bloqueio na hora de avançar
▸ culpa ao escolher um parceiro
▸ sensação de estar traindo a família ao se afastar

É como se uma parte da gente dissesse:
“Se eu amar alguém, eu saio do lugar onde deveria estar.”
E a família, sem querer, reforça isso no campo emocional.

Mas sabe a parte bonita?
Nada disso é imutável.
Nada disso é sentença.
E nada disso significa que você está quebrado.

Significa apenas que você está carregando uma história que não é só sua.


E quando a gente começa a enxergar… algo muda

Eu descobri que, quando entendemos de onde vem esse bloqueio:

— do trauma
— da lealdade ao sistema
— da história dos nossos pais
— das perdas que nossa família não conseguiu elaborar
— ou daqueles triângulos que nos puxam para um lugar que não é nosso…

…a porta interna começa a destrancar.
Devagar.
Com gentileza.
Com presença.
Com ajuda.

E é lindo quando isso acontece.


Talvez você esteja aí, lendo isso, e pensando:

“Meu Deus… isso parece comigo.”

Se sim, fica comigo na próxima semana.
Essa série é para nós — para quem tenta amar com correntes invisíveis puxando o peito.
Para quem sente que está pronto para viver algo novo, mas não sabe como atravessar a porta.

E, claro…
se em algum momento você sentir que quer olhar para isso com mais profundidade, mais cuidado, mais afeto…
eu estou aqui.
Às vezes, uma conversa abre o que anos de silêncio fecharam.

Até o próximo capítulo da série.
Com carinho,
Cida Medeiros 


Próximo Capítulo 

Quando a família fecha as portas









quarta-feira, 5 de novembro de 2025

O Preço da Autenticidade

 


O Preço da Autenticidade

Sistema Familiar e Exclusão: Como Lidar com a Culpa ao Evoluir?

O Risco de Ser o Bode Expiatório

O que acontece quando você finalmente encontra a força para mudar e dá o salto para a Má Consciência? Você prospera, vive com mais saúde, ou simplesmente é mais feliz do que o padrão familiar permitia. Infelizmente, essa mudança pode ser lida pelo sistema como uma traição.

O medo de ser o Bode Expiatório – o excluído, o condenado – é real. O grupo, ainda preso à sua Boa Consciência, pode te condenar e te isolar. O medo da exclusão é um trauma primitivo. A Neurociência explica que nosso cérebro social encara a perda do pertencimento como uma ameaça à própria sobrevivência.

O que a Neurociência Explica sobre o Medo de Perder o Pertencimento

O impulso de pertencer é instintivo. A pressão da Má Consciência (o medo da culpa e da exclusão) é o mecanismo de defesa que a mente usa para nos manter seguros. No entanto, para a sua evolução, você é convidado a sentir essa culpa temporária, honrando o passado e seguindo em frente.

Como lidar com a exclusão?

  1. Assuma a Má Consciência com Respeito: Não julgue o seu sistema familiar. Apenas reconheça que o seu caminho é diferente e que eles só puderam fazer o que fizeram.

  2. Mantenha o Coração Aberto: Você pode seguir diferente e, ainda assim, honrar. A evolução é um movimento de amor, não de superioridade.

  3. Use a Culpa como Motor: Entenda que a culpa é o preço da sua liberdade.

Quando você sustenta essa Má Consciência com dignidade e amor, o alívio que você sente é o sistema respirando pela primeira vez através de você.


Essa compreensão profunda, inspirada pelos seminários e pelo livro "O Movimento do Espírito" de Bert Hellinger, transforma a maneira como você vê a culpa e a evolução. Se você sente que essas dinâmicas de Boa Consciência e Má Consciência estão travando sua vida, impedindo sua evolução, e se quer finalmente transformar a repetição em liberdade, saiba que não precisa fazer essa travessia sozinho.

Eu sou especialista em olhar para essas dinâmicas de sistema familiar, trauma e neurociência que moldam seu comportamento. Pronto(a) para descobrir as lealdades invisíveis que te impedem de prosperar e encontrar a força na sua Má Consciência?

Envie-me uma mensagem e vamos agendar uma consulta para você dar o seu próximo passo. Siga o blog para mais reflexões que tocam a alma!

Cida Medeiros

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

O Paradoxo Moral

 


O Paradoxo Moral

Boa e Má Consciência: Hellinger Desfaz o Mito da Moral Convencional

A Verdadeira Face da Culpa e da Inocência

Quantas vezes você viu alguém fazer algo cruel — como julgar severamente ou excluir um parente — e se sentir justificado, com a consciência tranquila? E quantas vezes você agiu para buscar sua própria felicidade e sentiu um peso no peito, como se estivesse traindo sua origem?

É aqui que o conceito de Boa Consciência e Má Consciência nas Constelações Familiares desafia nossa mente. Não se trata de uma moral universal. Trata-se da lealdade ao grupo.

Consciência Familiar vs. Moral: Uma Dinâmica Oculta

Para o nosso sistema familiar, o que é "bom" é o que garante o pertencimento. Se o padrão familiar é de escassez, sentir-se próspero pode gerar Má Consciência (culpa) e o risco de exclusão. Se o padrão é julgar o "diferente", fazer o mesmo gera Boa Consciência (inocência), mesmo que a ação seja, no sentido social, má.

Essa dinâmica oculta explica por que é tão difícil sair de ciclos de trauma e dor. A sensação de inocência que a Boa Consciência nos dá é mais viciante do que a própria felicidade. É o que nos impede de dar o próximo passo para uma vida mais alinhada com a sua essência.

Se você sente que suas melhores intenções são sempre sabotadas por um peso misterioso, é provável que você esteja sendo arrastado pela Boa Consciência do seu grupo. Para desvendar e transformar essas dinâmicas, o primeiro passo é reconhecê-las.


Essa compreensão profunda, inspirada pelos seminários e pelo livro "O Movimento do Espírito" de Bert Hellinger, transforma a maneira como você vê a culpa e a evolução. Se você sente que essas dinâmicas de Boa Consciência e Má Consciência estão travando sua vida, impedindo sua evolução, e se quer finalmente transformar a repetição em liberdade, saiba que não precisa fazer essa travessia sozinho.

Eu sou especialista em olhar para essas dinâmicas de sistema familiar, trauma e neurociência que moldam seu comportamento. Pronto(a) para descobrir as lealdades invisíveis que te impedem de prosperar e encontrar a força na sua Má Consciência?

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Cida Medeiros

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

A Coragem de Romper e Evoluir

 


A Coragem de Romper e Evoluir

Má Consciência: Por Que Sentir Culpa Pode Ser o Maior Ato de Amor Próprio

A Força para Mudar Reside no Desconforto

O que você sente quando pensa em fazer algo completamente diferente do que sua família ou grupo espera? Sente um peso, um mal-estar, um frio na barriga? Esse é o chamado da sua Má Consciência.

Enquanto a Boa Consciência nos empurra para a repetição, a Má Consciência é a bússola que aponta para o novo, para a evolução. É o sentimento de culpa que surge quando você se desvia do "permitido". É o medo de ser excluído do sistema familiar.

O Salto para a Liberdade e o Respiro do Sistema

O adulto precisa desse impulso. A Má Consciência é a porta para você se libertar de pesos que não são seus, de repetições que causam trauma e de dinâmicas que aprisionam. É o ato de amor próprio que diz: "Eu escolho o meu caminho, com respeito a vocês, mas pela vida."

Bert Hellinger afirma que você pode fazer ações boas, que te levam ao crescimento e à vida plena, com Má Consciência. O insight transformador é: o medo da culpa é o que nos mantém pequenos. Quando você assume a Má Consciência com respeito, sem julgar o passado, você não só evolui, mas também alivia todo o seu sistema, permitindo que o fluxo do amor siga adiante de uma nova forma.

Se essa sensação de peso te acompanha quando você pensa em prosperar ou ser feliz de um jeito diferente, talvez seja hora de parar de fugir dela e usá-la como a força para mudar.


Essa compreensão profunda, inspirada pelos seminários e pelo livro "O Movimento do Espírito" de Bert Hellinger, transforma a maneira como você vê a culpa e a evolução. Se você sente que essas dinâmicas de Boa Consciência e Má Consciência estão travando sua vida, impedindo sua evolução, e se quer finalmente transformar a repetição em liberdade, saiba que não precisa fazer essa travessia sozinho.

Eu sou especialista em olhar para essas dinâmicas de sistema familiar, trauma e neurociência que moldam seu comportamento. Pronto(a) para descobrir as lealdades invisíveis que te impedem de prosperar e encontrar a força na sua Má Consciência?

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Cida Medeiros

sábado, 18 de outubro de 2025

Sua Dor é Minha Dor




Sua Dor é Minha Dor: O Eco da Angústia no Sistema Familiar


Minha cliente chegou para a sessão imersa em uma dor que parecia grande demais para caber em seu corpo. Há poucas semanas, uma pessoa que ela ama profundamente, seu alicerce, recebeu a suspeita de uma doença grave. O mundo dela parou. O pânico se instalou, trazendo consigo um choro incontido e o medo paralisante de um futuro que, de repente, se tornou uma página em branco e assustadora.

Como se regula um sofrimento assim? O primeiro passo é sempre o acolhimento. É validar essa dor, oferecer uma escuta sensível que abrace cada medo, cada lágrima. Mas, ao longo das semanas, o corpo dela começou a falar o que a alma gritava: uma herpes dolorosa surgiu, fruto da baixa imunidade. A angústia e a ansiedade se tornaram suas companheiras constantes.

Diante disso, o olhar sistêmico nos convida a perguntar: o que esse sintoma está nos dizendo? Seria um padrão de lealdade oculta à dor do outro? Uma culpa inconsciente? Um desejo de partilhar o fardo, de sentir junto, de um amor tão profundo que beira o cego? A resposta é complexa, pois a dor dela não era apenas dela.


O Porta-Voz da Dor Familiar


Na terapia sistêmica, entendemos que não existe somente o sofrimento individual. Um sistema – e a família é o nosso primeiro e mais poderoso sistema – é sempre maior que a soma de suas partes. Quando uma crise como um diagnóstico grave atinge a família, a ansiedade se espalha por todos, mesmo que de formas diferentes.

Muitas vezes, a pessoa que manifesta o sintoma mais visível – a angústia, a doença física, a ansiedade – é, na verdade, o porta-voz da dor de todo o sistema. Ela é a antena sensível que capta e expressa aquilo que os outros membros, por diversas razões, não conseguem ou não se permitem sentir. Ela não é "o problema"; ela é o sinal de que o sistema inteiro está sofrendo.


Quando o Vínculo Adoece Junto

Para ilustrar, pense em um vínculo muito forte, como o de irmãos gêmeos ou de uma parceria de vida. A identidade de um está profundamente entrelaçada na do outro. Não é apenas "eu" e "você", mas um "nós" que define quem são no mundo. A ameaça existencial a um deles não é apenas a dor de talvez perder o outro; é a dor da própria estrutura do "nós" que ameaça se romper.

A angústia, nesse contexto, é a dor do próprio vínculo. O relacionamento é o verdadeiro protagonista, pois é ele que nutre e é dele que emana tanto a nossa maior força quanto a nossa mais profunda vulnerabilidade. Quando um adoece, o vínculo também sente, também adoece e clama por cuidado.


A Dança Silenciosa da Família em Crise

Diante de uma tempestade, a família instintivamente se reorganiza. É uma dança silenciosa e, muitas vezes, inconsciente. Papéis mudam da noite para o dia: quem se torna o cuidador oficial? Quem se afasta para não sentir a dor de perto? Quem se cala, engolindo o próprio medo para parecer forte?

Novas alianças e triângulos emocionais se formam para tentar gerenciar a ansiedade avassaladora. A angústia da minha cliente também era um chamado de atenção para essa nova dinâmica. Um convite para que a família pudesse olhar não apenas para o doente, mas para a forma como todos estavam lidando – ou não lidando – com a situação.


Encontrando a Cura no "Nós"

Se você se identifica com essa sensação de carregar um peso que parece ser seu, mas que ecoa algo muito maior, saiba que a cura também é relacional. Sob a ótica sistêmica, a solução não está em "consertar" o indivíduo que sofre, mas em fortalecer os vínculos, abrir a comunicação e encontrar os recursos que a família já possui para atravessar a crise unida.

Entender essas dinâmicas em sua própria vida é o primeiro passo para transformar a dor. É parar de se ver como o problema e começar a se enxergar como parte de um sistema que busca, acima de tudo, o equilíbrio e o amor.

Se essa reflexão tocou sua alma e despertou o desejo de compreender melhor os olhares que curam e os que adoecem em sua vida, saiba que este é um espaço seguro para essa exploração. Estou aqui para caminhar com você nessa jornada de descoberta e fortalecimento dos seus vínculos mais preciosos.

Cida Medeiros - Terapeuta Sistêmica 

Fontes:

Miller, A., & Hardy, K. V. (2011). Manual do instrutor para Terapia familiar integrativa com Kenneth V. Hardy, PhD. Psychotherapy.net.

Miller, A. (2010). Manual do instrutor para Terapia familiar boweniana com Philip Guerin, MD. Psychotherapy.net.

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

A Armadilha Dourada do Pertencimento

 


A Armadilha Dourada do Pertencimento

Boa Consciência: A Armadilha do Pertencimento que Paralisa sua Evolução

Por Que Você Repete Padrões Familiares?

Você já se perguntou por que insiste em caminhos que sabe que não dão certo? Por que a dificuldade financeira é uma constante, ou por que repete o mesmo tipo de relacionamento fracassado da sua mãe ou do seu pai? A resposta pode estar na sua Boa Consciência.

Nas Constelações Familiares de Bert Hellinger, a Boa Consciência não tem a ver com ser moralmente "bom". É o sentimento primário, o desejo mais forte que nos rege: o de pertencimento. É a sensação de inocência que sentimos ao dizer: "Eu sou como vocês. Eu sou aceito aqui."

O Preço Oculto da Inocência

Para garantir esse lugar na sua tribo, no seu sistema familiar, você se torna leal. Essa lealdade cega te faz seguir os padrões, os destinos e até as dores dos que vieram antes, mesmo que isso signifique adoecer ou se prejudicar. Hellinger nos mostrou o paradoxo: você pode cometer ações prejudiciais à sua própria vida, ou até mesmo aos outros (como excluir um familiar), e ainda assim sentir uma leveza profunda. É a leveza da Inocência e do pertencimento garantido.

Mas aqui está a reflexão: Você está pagando o preço da sua evolução em troca dessa leveza infantil? O verdadeiro crescimento pessoal e a chance de quebrar ciclos de trauma só começam quando você tem a coragem de incomodar o sistema. Pronto para olhar para isso de verdade?


Essa compreensão profunda, inspirada pelos seminários e pelo livro "O Movimento do Espírito" de Bert Hellinger, transforma a maneira como você vê a culpa e a evolução. Se você sente que essas dinâmicas de Boa Consciência e Má Consciência estão travando sua vida, impedindo sua evolução, e se quer finalmente transformar a repetição em liberdade, saiba que não precisa fazer essa travessia sozinho.

Eu sou especialista em olhar para essas dinâmicas de sistema familiar, trauma e neurociência que moldam seu comportamento. Pronto(a) para descobrir as lealdades invisíveis que te impedem de prosperar e encontrar a força na sua Má Consciência?

Envie-me uma mensagem e vamos agendar uma consulta para você dar o seu próximo passo. Siga o blog para mais reflexões que tocam a alma!

Cida Medeiros

quarta-feira, 8 de outubro de 2025

"Casa Comigo ou com a Mamãe?"

 


 "Casa Comigo ou com a Mamãe?": O Emaranhamento que Bloqueia Seus Relacionamentos

Quando a Criança Interior Comanda o Adulto

É uma cena comum, mas que revela um profundo emaranhamento familiar: um parceiro compra uma casa para morar com a mãe, deixando a parceira de lado. Por que um adulto, que escolheu se relacionar, faria uma escolha que claramente sabota a união?

A resposta, sob a ótica das Constelações Familiares de Bert Hellinger, está na lealdade oculta e no lugar não assumido dentro do sistema familiar.

Essa pessoa está emaranhada na família de origem. A criança interior dela, aquela que se sentia responsável pela mãe ou que precisava preencher uma lacuna no sistema, ainda comanda o adulto que tenta se relacionar. O vínculo conjugal exige que o adulto deixe o lugar de filho/a e assuma o lugar de parceiro/a, de igual para igual.

A Lealdade Oculta à Família de Origem

Quando o filho não consegue assumir um relacionamento com a parceira, muitas vezes é porque o coração está ocupado, preso. Ele está inconscientemente dizendo: "Mãe, eu cuido de você", ou "Meu amor, sou seu parceiro substituto, e não do meu parceiro de fato."

A narrativa da pessoa que vive essa situação é direta: "Certamente essa pessoa que comprou essa casa para morar com a mãe não quer ficar nesse relacionamento." O ato de comprar a casa e ir morar com a mãe não é sobre um imóvel, é um sintoma. É a manifestação de que a primeira e mais forte lealdade (à mãe) ainda está em primeiro lugar, e o relacionamento com a parceira está, na prática, sendo rejeitado.

O Passo Decisivo Rumo à Parceria e a Solução para o Emaranhamento

Para que um relacionamento a dois floresça, é fundamental que o indivíduo tenha a força de assumir seu próprio destino e dizer, com o coração, "Você é a minha mãe e eu sou o seu filho, mas meu lugar como adulto é ao lado do meu parceiro."

A dificuldade de construir uma vida com a parceira não é um defeito de caráter, mas um peso que se carrega da família de origem. Você se identifica com essa dificuldade? Sente que seu relacionamento não avança por um peso que não consegue nomear?

O caminho para o amor maduro começa com a liberação desse emaranhamento. As Constelações Familiares oferecem a visão e a força para você colocar cada pessoa em seu lugar de direito e, finalmente, estar livre para dizer "Sim" ao seu parceiro e à sua própria vida.


segunda-feira, 6 de outubro de 2025

O Campo que Conecta

 


O Campo que Conecta: A Força Invisível das Constelações Segundo Hellinger

O Campo é Tudo: Onde a História Encontra o Agora

Você já se perguntou por que certas situações se repetem na sua vida, como se houvesse uma força invisível ditando o roteiro? Bert Hellinger, o criador das Constelações Familiares, não apenas se perguntou, como nos deu a chave para entender essa dinâmica: o Campo.

Em seu livro, A Fonte Não Precisa Perguntar Pelo Caminho, Hellinger nos convida a mergulhar na compreensão de que somos muito mais do que indivíduos isolados. Somos parte de um sistema familiar vasto, vivo e eternamente conectado.

Afinal, o que é esse Campo?

Ele é a própria totalidade, a amplitude onde todas as pessoas do seu sistema — vivos e mortos, reconhecidos e excluídos — estão inseridas e conectadas. É como se fosse o inconsciente coletivo da sua família, onde todas as informações, dores e destinos estão armazenados e se manifestam.

Como o Passado de 1800 Afeta Sua Vida Hoje

A grande reflexão que a prática das Constelações Familiares nos traz é que você não tem como olhar para fora do Campo. Mesmo quando um representante se volta para algo que aconteceu há séculos, esse evento, digamos, em 1800, ainda faz parte e afeta a dinâmica atual.

Pense nisso: a dor de um bisavô excluído, a injustiça sofrida por uma tia ou um destino trágico não são apenas "história". Eles são energias que vibram no seu presente, prontas para serem vistas, honradas e integradas. É por isso que, muitas vezes, sentimos um peso que não é nosso, um medo inexplicável ou uma dificuldade que parece vir de "lugar nenhum". Vem do Campo que você herda.

Seu Campo Clama por Ordem e Conexão

Essa força é real, poderosa e está atuando silenciosamente no seu cotidiano, moldando suas escolhas, seus sucessos e suas frustrações. Entender o Campo é o primeiro passo para parar de lutar contra os efeitos e ir em direção à causa que está na raiz do seu sistema.

Você sente que é hora de dar voz ao que está invisível, de liberar os emaranhamentos e de trilhar seu próprio caminho com leveza? Se o Campo te move, a solução para a sua dor também está nele.

Cida Medeiros

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Lealdades Invisíveis: O Que Você Ainda Carrega Sem Saber

Uma história tocante sobre trauma, descanso e o poder de um olhar que cura. 



“Os ratos dormem à noite”: uma metáfora para as lealdades invisíveis na alma familiar

Por Cida Medeiros
Terapeuta holística com abordagem integrativa e sistêmica


Em muitos momentos da minha caminhada como terapeuta, me deparo com histórias que tocam camadas muito profundas da alma. Uma delas, ouvida em um seminário com Bert Hellinger, ficou gravada em minha memória e continua ecoando em meu coração há décadas. Ela revela com simplicidade e força como olhares — de dor, de lealdade, de trauma — podem aprisionar vidas inteiras em destinos que não lhes pertencem.

A história é a seguinte:

Um menino em Berlim, exausto, vigiava o corpo do irmão morto para que os ratos não o devorassem. Um homem amigável, ao vê-lo, sussurrou: “Mas os ratos dormem à noite”. Somente então, a criança pôde descansar.

À primeira vista, parece apenas um gesto de ternura. Mas quando olhamos por uma lente sistêmica, essa imagem se transforma em um espelho poderoso.

Lealdades Invisíveis: o menino e seu irmão

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Como lidar com ciclos

 



A Metáfora do Rio e da Semente

Numa terra distante, havia um rio. Não era um rio comum, mas um rio que corria com a memória de todas as paisagens que havia tocado. Em seu leito, carregava pedras arredondadas pela jornada, galhos que outrora foram verdes, e a quietude dos lugares mais profundos. Ele amava seu trajeto, a forma como se movia, a força de sua corrente. E, principalmente, amava uma grande rocha que se tornou seu ponto de referência, um ponto fixo no qual ele sempre se chocava, se moldava e, de alguma forma, encontrava seu ritmo.

A rocha, por sua vez, sentia a pressão e a constância do rio. Ela se via como o ponto de estabilidade e o destino inevitável daquela correnteza. Sua existência se definia pela presença e pela força da água que a esculpia.

Certo dia, o rio percebeu que, por mais que sua corrente moldasse a rocha, o fluxo em si estava se perdendo. As águas se agitavam em círculos viciosos ao redor daquela imensa estrutura, e a dor de chocar-se contra ela era a única sensação que o rio reconhecia como familiar. Ele sentia, em suas profundezas, uma sede por águas que nunca havia tocado, por paisagens que só existiam na memória ancestral. Mas o medo era imenso. O que seria dele sem a rocha que o guiava? Como ele saberia para onde ir sem o atrito que definia seu curso? A rocha também sentiu a mudança. Ela se perguntava o que seria sem o rio para lhe dar sentido, para sentir-lhe a vida correndo sobre sua superfície.

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Olhar Que Cura: A Nova Abordagem para a Saúde Mental

 


Olhar Que Cura: A Nova Abordagem para a Saúde Mental e Bem-Estar

Olhar Que Cura: A Nova Abordagem para a Saúde Mental

Integrando a visão sistêmica, neurociência e ACT para seu bem-estar.

Em um mundo em constante mudança, a forma como cuidamos da nossa saúde mental também precisa evoluir. O tempo em que se olhava apenas para o indivíduo isoladamente está dando lugar a uma compreensão mais ampla, mais integrada. É o que chamo de "Olhar Que Cura": uma abordagem que une a sabedoria ancestral da visão sistêmica com as mais recentes descobertas da neurociência e a eficácia da Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT).

Não se trata de uma única ferramenta, mas de uma sinergia poderosa. A visão sistêmica nos permite compreender os emaranhados e as lealdades ocultas que vêm do nosso sistema familiar, desvendando como os traumas familiares moldam nossos comportamentos. A neurociência nos dá a base biológica, explicando como o cérebro e o corpo guardam as marcas dessas experiências e como podemos, através da neuroplasticidade, reescrever esses padrões. E a ACT nos oferece a bússola para navegar as emoções difíceis, aceitando a dor e nos comprometendo com uma vida de valores.

Imagine ter um mapa completo de si mesmo: entender por que você reage de certas formas (visão sistêmica), como seu cérebro está programado para isso (neurociência) e, mais importante, como agir de forma consciente e intencional para criar a vida que você deseja (ACT). É um caminho de profunda autodescoberta e empoderamento.

Essa é a essência do que venho estudando e aplicando em meu trabalho. Minha jornada, da imersão nas constelações familiares à caminho de completar a graduação em psicologia e estudos em neurociência comportamental, me permitiu e permite construir essa ponte entre diferentes saberes, sempre com o objetivo de oferecer um olhar que cura e transforma.

Se você busca uma abordagem completa para sua saúde mental e deseja mergulhar em um processo de bem-estar que considera todas as suas dimensões – individual, familiar e biológica – convido-o a dar o próximo passo. Uma conversa pode ser o início de uma nova perspectiva para sua vida.

Cida Medeiros


quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Desvendando o Campo: Histórias e Metáforas na Cura Sistêmica


 


Desvendando o Campo: A Força das Histórias e Metáforas na Cura Sistêmica

Como narrativas e arquétipos ativam a cura em seu sistema familiar.

As histórias nos conectam. As metáforas nos fazem ver o mundo de um jeito novo. E no universo da visão sistêmica, elas são ferramentas poderosas para desvendar o "campo" familiar e iniciar processos de cura. Você já reparou como uma boa história pode tocar sua alma de um jeito que a lógica nem sempre alcança?

Nos trabalhos com constelações familiares, a linguagem simbólica e as metáforas são intrínsecas. Elas nos permitem acessar camadas mais profundas do inconsciente, onde os traumas familiares e as lealdades ocultas residem. Uma imagem, uma frase, um conto pode, de repente, iluminar uma dinâmica complexa que antes era invisível. É como se a narrativa abrisse uma porta para a alma.

A neurociência explica esse poder das histórias: elas ativam diferentes áreas do cérebro, incluindo as responsáveis pela empatia e pela imaginação, facilitando a reestruturação de crenças e a liberação de emoções. E quando pensamos em arquétipos, como os de Hélio Couto em "Marketing e Arquétipos", por exemplo, percebemos o quanto essas imagens primordiais, presentes no inconsciente coletivo, têm o poder de moldar nossa percepção e nossas reações.

A sua própria história é um tesouro de metáforas. Ao contá-la, ao revisitá-la com um olhar sistêmico, você começa a reescrever o roteiro. Não é sobre mudar os fatos, mas sobre mudar o significado que você atribui a eles. E essa mudança é libertadora, reverberando por todo o seu sistema.

Se você sente que sua história tem algo a te revelar, e que o poder das histórias e metáforas pode ser um caminho para a sua cura sistêmica, convido-o a explorar mais essa possibilidade. Juntos, podemos desvendar os mistérios do seu campo familiar e ativar recursos internos que você nem imagina que possui.

Cida Medeiros

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Liberdade Autêntica: O Caminho da Aceitação Pós-Trauma

 


Liberdade Autêntica: O Caminho da Aceitação e Compromisso Pós-Trauma

Como a ACT e a neurociência podem guiar você à plenitude.

Após um trauma, muitas vezes nos sentimos presos. Presos a memórias, a medos, a uma sensação de que a vida nunca mais será a mesma. A busca por evitar a dor pode nos levar a caminhos que nos afastam de quem realmente queremos ser. Mas existe uma "mente livre" que podemos cultivar, mesmo com as marcas do passado.

A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), da qual o Dr. Steven C. Hayes é pioneiro, nos oferece um caminho radicalmente compassivo para essa liberdade. Não se trata de "superar" o trauma no sentido de esquecê-lo ou eliminá-lo, mas de aceitar que ele faz parte da sua história, e mesmo assim, se comprometer com uma vida que vale a pena ser vivida. É sobre encontrar seus valores e caminhar em direção a eles, mesmo com a dor ou o desconforto.

Essa abordagem se alinha perfeitamente com o que a neurociência nos ensina sobre a plasticidade cerebral. O cérebro que cura é aquele que aprende novas formas de processar e responder às experiências. Ao invés de lutar contra os pensamentos e sentimentos difíceis, a ACT nos ensina a observá-los com distanciamento, abrindo espaço para a compaixão e para a ação consciente.

E como isso se conecta com a visão sistêmica? Compreender os traumas familiares e as heranças emocionais é um ato de profunda aceitação. É reconhecer que somos parte de algo maior, e que a cura individual reverbera no sistema. Ao aceitar a complexidade da nossa história, abrimos as portas para uma liberdade que vai além do que imaginamos.

Se você busca uma liberdade autêntica, uma forma de viver plenamente mesmo com as cicatrizes do passado, a abordagem sistêmica e os princípios da ACT podem ser seus guias. Permita-se explorar essa jornada de aceitação e compromisso com o que realmente importa para você.


Em 2025, desde o começo do ano tenho realizado atendimentos e supervisões em Terapia Analítico Comportamental que inclui ACT, um curso de 10 horas com Dr. Steven C. Hayes, vários estudos sobre essa maravilhosa ferramenta terapêutica, o que cria uma ponte entre saberes, desde meu trabalho de mais de 30 anos como Terapeuta Holística e graduando no ultimo ano de Psicologia. 

Esta postagem foi inspirada e se baseia nas valiosas contribuições de Franz Ruppert, especialmente em sua obra sobre "Almas Confusas" e os tipos de traumas psíquicos (traumas existenciais, de perda, de vinculação e de vinculação sistêmica), além de incorporar conceitos da Teoria Polivagal (Stephen Porges), da Terapia de Aceitação e Compromisso (Steven C. Hayes), dos estudos sobre trauma e corpo (Bessel van der Kolk) e neuroplasticidade (Norman Doidge).

Conheça:

Caleidoscópio do Saber com Cida Medeiros:

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

A Dança dos Sentimentos: Por Que Repetimos Padrões?

 


A Dança dos Sentimentos: Por Que Repetimos Padrões nos Relacionamentos?

Desvendando os emaranhados familiares que influenciam suas relações.

Já se pegou pensando: "De novo essa situação?", ou "Por que eu sempre atraio o mesmo tipo de problema nos meus relacionamentos?" Se a resposta é sim, você não está sozinho. Muitas vezes, estamos em uma dança inconsciente, repetindo padrões que aprendemos (ou herdamos) em nosso sistema familiar. E essa repetição não é um acaso, é um convite do nosso sistema para olhar para algo que precisa ser visto.

Esses padrões podem vir de traumas de vinculação ou até mesmo de traumas de vinculação sistêmica, onde dinâmicas não resolvidas de gerações anteriores se manifestam no presente. É como se houvesse uma "coreografia" inconsciente, onde cada um de nós assume um papel para tentar resolver o que ficou pendente. Franz Ruppert nos ajuda a entender a profundidade dessas lealdades ocultas.

Do ponto de vista da neurociência, nosso cérebro é um mestre em criar atalhos. Se crescemos em um ambiente com certas dinâmicas relacionais, mesmo que disfuncionais, nosso cérebro se "programa" para reconhecer e até mesmo recriar essas situações. É a busca por aquilo que é familiar, mesmo que seja doloroso.

A visão sistêmica nos oferece a oportunidade de parar essa dança. Ela nos permite identificar os padrões, reconhecer os emaranhados e, com consciência, escolher um novo passo. Não é sobre culpar ninguém, mas sobre assumir a responsabilidade pela sua própria parte na dança. É sobre olhar com amor e compaixão para a história familiar, para então se libertar dela.

Se você está cansado de repetir os mesmos passos na "dança dos seus sentimentos" e deseja criar novas coreografias para seus relacionamentos, a abordagem sistêmica pode te oferecer o mapa. Permita-se desvendar esses padrões e abrir-se para relações mais saudáveis e autênticas.

Cida Medeiros

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Esta postagem foi inspirada e se baseia nas valiosas contribuições de Franz Ruppert, especialmente em sua obra sobre "Almas Confusas" e os tipos de traumas psíquicos (traumas existenciais, de perda, de vinculação e de vinculação sistêmica), além de incorporar conceitos da Teoria Polivagal (Stephen Porges), da Terapia de Aceitação e Compromisso (Steven C. Hayes), dos estudos sobre trauma e corpo (Bessel van der Kolk) e neuroplasticidade (Norman Doidge).

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

O Corpo Fala: Sintomas Físicos e Emoções Não Processadas

 


O Corpo Fala: Sintomas Físicos e Emoções Não Processadas

Aprenda a decifrar as mensagens que seu corpo envia sobre traumas.

Dor de cabeça constante, problemas digestivos, alergias inexplicáveis... Você já pensou que seu corpo pode estar te dando um recado? Muitas vezes, sintomas físicos são a voz das emoções que não conseguimos processar, das dores que não ousamos sentir. O Dr. Bessel van der Kolk, em seu livro "O Corpo Guarda as Marcas", explora profundamente como o trauma se manifesta em nosso corpo físico.

Quando vivenciamos um trauma, nosso sistema nervoso entra em modo de sobrevivência. Se essa energia não é liberada, ela pode ficar "presa" no corpo, gerando tensões crônicas, inflamações e uma série de sintomas que os médicos convencionais muitas vezes não conseguem identificar a causa. É como se o corpo se tornasse um arquivo vivo das nossas experiências mais difíceis.

A neurociência nos mostra a intrincada conexão entre mente e corpo. O nervo vago, por exemplo, é uma estrada de mão dupla que liga nosso cérebro a órgãos vitais, influenciando tudo, desde a digestão até o humor. Quando em desequilíbrio, por conta de traumas passados, ele pode contribuir para uma série de desconfortos físicos.

A visão sistêmica nos leva a um passo além: ela nos faz questionar se esses sintomas também estão conectados a lealdades familiares inconscientes ou a traumas que ecoam de gerações passadas. Às vezes, o corpo "fala" não só pela nossa própria história, mas pela história do nosso clã.

Escutar o corpo, decifrar suas mensagens e permitir que as emoções reprimidas se expressem é um ato de amor-próprio. É uma forma de liberar a energia estagnada e abrir caminho para a cura em todos os níveis. Se seu corpo tem "falado" com você de formas que você não entende, uma abordagem sistêmica pode ser o caminho para desvendar essas mensagens e encontrar alívio. Permita-se essa escuta.

Cida Medeiros

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Esta postagem foi inspirada e se baseia nas valiosas contribuições de Franz Ruppert, especialmente em sua obra sobre "Almas Confusas" e os tipos de traumas psíquicos (traumas existenciais, de perda, de vinculação e de vinculação sistêmica), além de incorporar conceitos da Teoria Polivagal (Stephen Porges), da Terapia de Aceitação e Compromisso (Steven C. Hayes), dos estudos sobre trauma e corpo (Bessel van der Kolk) e neuroplasticidade (Norman Doidge).