O Corpo Fala: Sintomas Físicos e Emoções Não Processadas
Aprenda a decifrar as mensagens que seu corpo envia sobre traumas.
Dor de cabeça constante, problemas digestivos, alergias inexplicáveis... Você já pensou que seu corpo pode estar te dando um recado? Muitas vezes, sintomas físicos são a voz das emoções que não conseguimos processar, das dores que não ousamos sentir. O Dr. Bessel van der Kolk, em seu livro "O Corpo Guarda as Marcas", explora profundamente como o trauma se manifesta em nosso corpo físico.
Quando vivenciamos um trauma, nosso sistema nervoso entra em modo de sobrevivência. Se essa energia não é liberada, ela pode ficar "presa" no corpo, gerando tensões crônicas, inflamações e uma série de sintomas que os médicos convencionais muitas vezes não conseguem identificar a causa. É como se o corpo se tornasse um arquivo vivo das nossas experiências mais difíceis.
A neurociência nos mostra a intrincada conexão entre mente e corpo. O nervo vago, por exemplo, é uma estrada de mão dupla que liga nosso cérebro a órgãos vitais, influenciando tudo, desde a digestão até o humor. Quando em desequilíbrio, por conta de traumas passados, ele pode contribuir para uma série de desconfortos físicos.
A visão sistêmica nos leva a um passo além: ela nos faz questionar se esses sintomas também estão conectados a lealdades familiares inconscientes ou a traumas que ecoam de gerações passadas. Às vezes, o corpo "fala" não só pela nossa própria história, mas pela história do nosso clã.
Escutar o corpo, decifrar suas mensagens e permitir que as emoções reprimidas se expressem é um ato de amor-próprio. É uma forma de liberar a energia estagnada e abrir caminho para a cura em todos os níveis. Se seu corpo tem "falado" com você de formas que você não entende, uma abordagem sistêmica pode ser o caminho para desvendar essas mensagens e encontrar alívio. Permita-se essa escuta.
Cida Medeiros
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Caleidoscópio do Saber com Cida Medeiros:
Esta postagem foi inspirada e se baseia nas valiosas contribuições de Franz Ruppert, especialmente em sua obra sobre "Almas Confusas" e os tipos de traumas psíquicos (traumas existenciais, de perda, de vinculação e de vinculação sistêmica), além de incorporar conceitos da Teoria Polivagal (Stephen Porges), da Terapia de Aceitação e Compromisso (Steven C. Hayes), dos estudos sobre trauma e corpo (Bessel van der Kolk) e neuroplasticidade (Norman Doidge).