O trauma com a mãe segundo Jung: como isso afeta seu Self e o processo de individuação
Introdução:
Você já sentiu que existe uma dor silenciosa dentro de você, como se algo essencial tivesse faltado no início da vida? Muitas vezes, essa dor está relacionada à figura materna — e compreender isso é o primeiro passo para a cura.
Neste artigo, vamos explorar como a Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung entende o impacto dos traumas com a mãe na formação do Self, no processo de individuação e na nossa vida adulta. Com base teórica e uma abordagem reflexiva, este conteúdo é um convite para olhar para dentro.
O arquétipo materno e suas feridas
Na psicologia junguiana, a mãe é um arquétipo poderoso: representa o cuidado, a nutrição, mas também a sombra, o controle e a rejeição. Quando a relação com a mãe é marcada por traumas, essa imagem arquetípica se distorce e pode moldar profundamente nossa psique.
Consequências na formação do Self
O Self, para Jung, é o centro organizador da psique. Um trauma com a mãe fragmenta essa estrutura, gerando:
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Dificuldade em se reconhecer como alguém digno de amor;
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Relações afetivas com padrões repetitivos de dor;
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Problemas de autoestima, autenticidade e pertencimento.
O processo de individuação bloqueado
Individuar-se é tornar-se quem se é de fato, integrando luz e sombra. Mas como fazer isso se a base de nossa identidade foi ferida? Segundo Jung, é preciso recontar a própria história e integrar essas experiências ao longo do caminho.
Como lidar com esse trauma?
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Reconhecer: nomear a dor é o primeiro passo.
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Resgatar a criança interior: acolher quem você foi.
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Resignificar: encontrar novos significados e caminhos.
💬 “Individuação significa tornar-se um ser individual... tornar-se si mesmo.” – C.G. Jung
Conclusão:
Traumas com a mãe não precisam definir quem você é — mas podem te ajudar a descobrir quem você pode se tornar. O caminho é de dentro para fora. E começa com um simples gesto: ouvir o que o Self tem a dizer.
Referências acadêmicas:
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Jung, C. G. (2013). Tipos Psicológicos. Petrópolis: Vozes. (Obra original publicada em 1921).
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Jung, C. G. (2013). Aion: Estudos sobre o Simbolismo do Si-mesmo. Petrópolis: Vozes. (Obra original publicada em 1951).
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Jung, C. G. (2013). Símbolos da Transformação. Petrópolis: Vozes. (Obra original publicada em 1952).
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Neumann, E. (2011). A Grande Mãe: Um estudo do arquétipo. São Paulo: Cultrix.
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Stein, M. (2006). Jung's Map of the Soul: An Introduction. Chicago: Open Court.
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