Os Nós da Alma: Traumas de Vinculação Sistêmica e a Divisão Psíquica
Desvendando as raízes familiares de conflitos internos profundos.
Já sentiu como se houvesse diferentes partes de você puxando para direções opostas? Ou talvez uma sensação de não pertencer, mesmo estando em seu próprio lar? Esses sentimentos podem ser reflexos dos traumas de vinculação sistêmica, um tipo de trauma que, segundo Franz Ruppert, atinge a própria estrutura da nossa psique e pode levar a uma divisão psíquica.
Imagine situações como mortes em familiares que foram negadas, filhos ilegítimos não reconhecidos, ou crianças entregues para adoção sem um devido processo de luto e integração no sistema. Essas "exclusões" ou segredos no sistema familiar criam nós invisíveis, mas poderosos, que podem se manifestar em gerações futuras. É como se a lealdade oculta ao sistema nos compelisse a "representar" aquilo que não pôde ser visto ou nomeado.
A neurociência nos mostra que nosso cérebro busca coerência. Quando há uma fragmentação interna causada por essas lealdades e segredos sistêmicos, a mente tenta criar uma "lógica" para o que não faz sentido, resultando em conflitos internos e, por vezes, em sintomas que nos parecem inexplicáveis. A Teoria Polivagal nos ajuda a perceber como nosso sistema nervoso pode ficar em um estado constante de desorganização, tentando conciliar realidades opostas.
A visão sistêmica é a chave para desatar esses nós. Ela nos permite olhar para o todo, para as interconexões invisíveis que nos ligam aos nossos antepassados. É um processo de reconhecimento e integração, onde se dá um lugar para o que foi excluído, permitindo que a psique se reorganize e encontre sua inteireza. Não é sobre reviver a dor, mas sobre compreendê-la e, assim, liberar-se.
Se essa ideia de divisão psíquica e traumas de vinculação sistêmica ressoa em você, talvez seja um convite para olhar mais a fundo sua própria história familiar. Desvendar esses nós é um caminho de profunda cura e autoconhecimento. Estou aqui para te guiar nessa jornada de reconexão e integração.
Cida Medeiros
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Esta postagem foi inspirada e se baseia nas valiosas contribuições de Franz Ruppert, especialmente em sua obra sobre "Almas Confusas" e os tipos de traumas psíquicos (traumas existenciais, de perda, de vinculação e de vinculação sistêmica), além de incorporar conceitos da Teoria Polivagal (Stephen Porges), da Terapia de Aceitação e Compromisso (Steven C. Hayes), dos estudos sobre trauma e corpo (Bessel van der Kolk) e neuroplasticidade (Norman Doidge).
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