O Vazio da Perda: Compreendendo o Trauma de Perda e a Depressão
Lidar com perdas: da desmotivação à superação com a visão sistêmica.
A vida é feita de ciclos, e as perdas, infelizmente, fazem parte deles. Mas nem toda perda é absorvida da mesma forma. Quando um trabalho é perdido, um relacionamento termina, ou a morte súbita de alguém amado nos atinge, podemos estar diante de um trauma de perda. Franz Ruppert nos mostra que essas experiências podem levar a um profundo abatimento, falta de estímulo e, em casos mais graves, até mesmo à depressão.
A sensação de vazio que a perda deixa pode ser avassaladora. É como se uma parte de nós fosse arrancada. Nosso sistema nervoso, que busca equilíbrio, pode reagir a essa desorganização de diversas formas. A neurociência nos aponta que o luto não processado pode impactar neurotransmissores e áreas cerebrais ligadas ao humor e à motivação, contribuindo para estados depressivos.
A visão sistêmica nos convida a ir além do evento da perda em si. Ela nos faz questionar: como essa perda se encaixa na história da minha família? Houve outras perdas significativas que não foram elaboradas? Muitas vezes, carregamos não apenas nossa própria dor, mas também a dor não sentida de nossos ancestrais. É como se o "campo" familiar transmitisse essa memória de ausência.
Liberar-se desse peso é um processo que exige gentileza e coragem. É permitir-se sentir o que precisa ser sentido, dar um lugar àquilo que foi perdido e, assim, abrir espaço para a vida fluir novamente. Não se trata de esquecer, mas de integrar a experiência da perda de uma forma que te fortaleça, e não te aprisione.
Se você está sentindo o vazio de uma perda e percebe que isso está afetando sua motivação ou te puxando para a depressão, saiba que não precisa passar por isso sozinho. A abordagem sistêmica oferece ferramentas para honrar o que foi, e ao mesmo tempo, reencontrar seu brilho. Que tal dar o primeiro passo em direção à leveza?
Cida Medeiros
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Esta postagem foi inspirada e se baseia nas valiosas contribuições de Franz Ruppert, especialmente em sua obra sobre "Almas Confusas" e os tipos de traumas psíquicos (traumas existenciais, de perda, de vinculação e de vinculação sistêmica), além de incorporar conceitos da Teoria Polivagal (Stephen Porges), da Terapia de Aceitação e Compromisso (Steven C. Hayes), dos estudos sobre trauma e corpo (Bessel van der Kolk) e neuroplasticidade (Norman Doidge).
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