Trauma Existencial: Quando a Vida Sacode e a Alma Sente
Compreenda como eventos marcantes afetam sua existência.
Imagine-se em um terremoto. Ou testemunhando algo que abala suas estruturas mais profundas. Experiências como acidentes, doenças graves, assaltos ou catástrofes naturais são exemplos do que Franz Ruppert chama de trauma existencial. São momentos em que a própria sobrevivência é questionada, e a vida, como a conhecemos, é sacudida em seus alicerces.
As consequências desses traumas vão muito além do evento em si. Fortes medos, fobias, ataques de pânico e até pensamentos obsessivos podem surgir como resquícios dessa ameaça. É como se o nosso sistema de alarme interno ficasse permanentemente ligado, mesmo quando o perigo já passou. O corpo guarda essas memórias, e o cérebro tenta, a todo custo, nos proteger de algo semelhante no futuro.
A neurociência nos explica que, diante de uma ameaça existencial, o cérebro ativa respostas de luta, fuga ou congelamento. Em algumas pessoas, essa resposta pode ficar "travada", gerando uma sensação constante de desassossego. A Teoria Polivagal nos ajuda a entender como o nervo vago, nosso grande maestro interno, pode estar desregulado, impactando nossa capacidade de nos sentir seguros e em paz.
Olhar para o trauma existencial sob uma visão sistêmica significa reconhecer que ele não afeta apenas o indivíduo, mas também reverberar em seu entorno. Compreender essa dinâmica é crucial para a cura. Não é sobre esquecer o que aconteceu, mas sobre integrar a experiência, permitindo que a energia que ficou "presa" possa fluir novamente.
Se você sente que um evento marcante do passado ainda reverbera em sua vida, gerando medos ou ansiedade, saiba que existe um caminho para a ressignificação. Minha experiência em abordagem sistêmica e o estudo de como o corpo guarda as marcas me permitem oferecer um olhar acolhedor para a sua história. Permita-se dar um passo em direção à sua cura.
Cida Medeiros
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Esta postagem foi inspirada e se baseia nas valiosas contribuições de Franz Ruppert, especialmente em sua obra sobre "Almas Confusas" e os tipos de traumas psíquicos (traumas existenciais, de perda, de vinculação e de vinculação sistêmica), além de incorporar conceitos da Teoria Polivagal (Stephen Porges), da Terapia de Aceitação e Compromisso (Steven C. Hayes), dos estudos sobre trauma e corpo (Bessel van der Kolk) e neuroplasticidade (Norman Doidge).
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