quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Desvendando o Campo: Histórias e Metáforas na Cura Sistêmica


 


Desvendando o Campo: A Força das Histórias e Metáforas na Cura Sistêmica

Como narrativas e arquétipos ativam a cura em seu sistema familiar.

As histórias nos conectam. As metáforas nos fazem ver o mundo de um jeito novo. E no universo da visão sistêmica, elas são ferramentas poderosas para desvendar o "campo" familiar e iniciar processos de cura. Você já reparou como uma boa história pode tocar sua alma de um jeito que a lógica nem sempre alcança?

Nos trabalhos com constelações familiares, a linguagem simbólica e as metáforas são intrínsecas. Elas nos permitem acessar camadas mais profundas do inconsciente, onde os traumas familiares e as lealdades ocultas residem. Uma imagem, uma frase, um conto pode, de repente, iluminar uma dinâmica complexa que antes era invisível. É como se a narrativa abrisse uma porta para a alma.

A neurociência explica esse poder das histórias: elas ativam diferentes áreas do cérebro, incluindo as responsáveis pela empatia e pela imaginação, facilitando a reestruturação de crenças e a liberação de emoções. E quando pensamos em arquétipos, como os de Hélio Couto em "Marketing e Arquétipos", por exemplo, percebemos o quanto essas imagens primordiais, presentes no inconsciente coletivo, têm o poder de moldar nossa percepção e nossas reações.

A sua própria história é um tesouro de metáforas. Ao contá-la, ao revisitá-la com um olhar sistêmico, você começa a reescrever o roteiro. Não é sobre mudar os fatos, mas sobre mudar o significado que você atribui a eles. E essa mudança é libertadora, reverberando por todo o seu sistema.

Se você sente que sua história tem algo a te revelar, e que o poder das histórias e metáforas pode ser um caminho para a sua cura sistêmica, convido-o a explorar mais essa possibilidade. Juntos, podemos desvendar os mistérios do seu campo familiar e ativar recursos internos que você nem imagina que possui.

Cida Medeiros

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Liberdade Autêntica: O Caminho da Aceitação Pós-Trauma

 


Liberdade Autêntica: O Caminho da Aceitação e Compromisso Pós-Trauma

Como a ACT e a neurociência podem guiar você à plenitude.

Após um trauma, muitas vezes nos sentimos presos. Presos a memórias, a medos, a uma sensação de que a vida nunca mais será a mesma. A busca por evitar a dor pode nos levar a caminhos que nos afastam de quem realmente queremos ser. Mas existe uma "mente livre" que podemos cultivar, mesmo com as marcas do passado.

A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), da qual o Dr. Steven C. Hayes é pioneiro, nos oferece um caminho radicalmente compassivo para essa liberdade. Não se trata de "superar" o trauma no sentido de esquecê-lo ou eliminá-lo, mas de aceitar que ele faz parte da sua história, e mesmo assim, se comprometer com uma vida que vale a pena ser vivida. É sobre encontrar seus valores e caminhar em direção a eles, mesmo com a dor ou o desconforto.

Essa abordagem se alinha perfeitamente com o que a neurociência nos ensina sobre a plasticidade cerebral. O cérebro que cura é aquele que aprende novas formas de processar e responder às experiências. Ao invés de lutar contra os pensamentos e sentimentos difíceis, a ACT nos ensina a observá-los com distanciamento, abrindo espaço para a compaixão e para a ação consciente.

E como isso se conecta com a visão sistêmica? Compreender os traumas familiares e as heranças emocionais é um ato de profunda aceitação. É reconhecer que somos parte de algo maior, e que a cura individual reverbera no sistema. Ao aceitar a complexidade da nossa história, abrimos as portas para uma liberdade que vai além do que imaginamos.

Se você busca uma liberdade autêntica, uma forma de viver plenamente mesmo com as cicatrizes do passado, a abordagem sistêmica e os princípios da ACT podem ser seus guias. Permita-se explorar essa jornada de aceitação e compromisso com o que realmente importa para você.


Em 2025, desde o começo do ano tenho realizado atendimentos e supervisões em Terapia Analítico Comportamental que inclui ACT, um curso de 10 horas com Dr. Steven C. Hayes, vários estudos sobre essa maravilhosa ferramenta terapêutica, o que cria uma ponte entre saberes, desde meu trabalho de mais de 30 anos como Terapeuta Holística e graduando no ultimo ano de Psicologia. 

Esta postagem foi inspirada e se baseia nas valiosas contribuições de Franz Ruppert, especialmente em sua obra sobre "Almas Confusas" e os tipos de traumas psíquicos (traumas existenciais, de perda, de vinculação e de vinculação sistêmica), além de incorporar conceitos da Teoria Polivagal (Stephen Porges), da Terapia de Aceitação e Compromisso (Steven C. Hayes), dos estudos sobre trauma e corpo (Bessel van der Kolk) e neuroplasticidade (Norman Doidge).

Conheça:

Caleidoscópio do Saber com Cida Medeiros:

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

A Dança dos Sentimentos: Por Que Repetimos Padrões?

 


A Dança dos Sentimentos: Por Que Repetimos Padrões nos Relacionamentos?

Desvendando os emaranhados familiares que influenciam suas relações.

Já se pegou pensando: "De novo essa situação?", ou "Por que eu sempre atraio o mesmo tipo de problema nos meus relacionamentos?" Se a resposta é sim, você não está sozinho. Muitas vezes, estamos em uma dança inconsciente, repetindo padrões que aprendemos (ou herdamos) em nosso sistema familiar. E essa repetição não é um acaso, é um convite do nosso sistema para olhar para algo que precisa ser visto.

Esses padrões podem vir de traumas de vinculação ou até mesmo de traumas de vinculação sistêmica, onde dinâmicas não resolvidas de gerações anteriores se manifestam no presente. É como se houvesse uma "coreografia" inconsciente, onde cada um de nós assume um papel para tentar resolver o que ficou pendente. Franz Ruppert nos ajuda a entender a profundidade dessas lealdades ocultas.

Do ponto de vista da neurociência, nosso cérebro é um mestre em criar atalhos. Se crescemos em um ambiente com certas dinâmicas relacionais, mesmo que disfuncionais, nosso cérebro se "programa" para reconhecer e até mesmo recriar essas situações. É a busca por aquilo que é familiar, mesmo que seja doloroso.

A visão sistêmica nos oferece a oportunidade de parar essa dança. Ela nos permite identificar os padrões, reconhecer os emaranhados e, com consciência, escolher um novo passo. Não é sobre culpar ninguém, mas sobre assumir a responsabilidade pela sua própria parte na dança. É sobre olhar com amor e compaixão para a história familiar, para então se libertar dela.

Se você está cansado de repetir os mesmos passos na "dança dos seus sentimentos" e deseja criar novas coreografias para seus relacionamentos, a abordagem sistêmica pode te oferecer o mapa. Permita-se desvendar esses padrões e abrir-se para relações mais saudáveis e autênticas.

Cida Medeiros

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Esta postagem foi inspirada e se baseia nas valiosas contribuições de Franz Ruppert, especialmente em sua obra sobre "Almas Confusas" e os tipos de traumas psíquicos (traumas existenciais, de perda, de vinculação e de vinculação sistêmica), além de incorporar conceitos da Teoria Polivagal (Stephen Porges), da Terapia de Aceitação e Compromisso (Steven C. Hayes), dos estudos sobre trauma e corpo (Bessel van der Kolk) e neuroplasticidade (Norman Doidge).

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

O Corpo Fala: Sintomas Físicos e Emoções Não Processadas

 


O Corpo Fala: Sintomas Físicos e Emoções Não Processadas

Aprenda a decifrar as mensagens que seu corpo envia sobre traumas.

Dor de cabeça constante, problemas digestivos, alergias inexplicáveis... Você já pensou que seu corpo pode estar te dando um recado? Muitas vezes, sintomas físicos são a voz das emoções que não conseguimos processar, das dores que não ousamos sentir. O Dr. Bessel van der Kolk, em seu livro "O Corpo Guarda as Marcas", explora profundamente como o trauma se manifesta em nosso corpo físico.

Quando vivenciamos um trauma, nosso sistema nervoso entra em modo de sobrevivência. Se essa energia não é liberada, ela pode ficar "presa" no corpo, gerando tensões crônicas, inflamações e uma série de sintomas que os médicos convencionais muitas vezes não conseguem identificar a causa. É como se o corpo se tornasse um arquivo vivo das nossas experiências mais difíceis.

A neurociência nos mostra a intrincada conexão entre mente e corpo. O nervo vago, por exemplo, é uma estrada de mão dupla que liga nosso cérebro a órgãos vitais, influenciando tudo, desde a digestão até o humor. Quando em desequilíbrio, por conta de traumas passados, ele pode contribuir para uma série de desconfortos físicos.

A visão sistêmica nos leva a um passo além: ela nos faz questionar se esses sintomas também estão conectados a lealdades familiares inconscientes ou a traumas que ecoam de gerações passadas. Às vezes, o corpo "fala" não só pela nossa própria história, mas pela história do nosso clã.

Escutar o corpo, decifrar suas mensagens e permitir que as emoções reprimidas se expressem é um ato de amor-próprio. É uma forma de liberar a energia estagnada e abrir caminho para a cura em todos os níveis. Se seu corpo tem "falado" com você de formas que você não entende, uma abordagem sistêmica pode ser o caminho para desvendar essas mensagens e encontrar alívio. Permita-se essa escuta.

Cida Medeiros

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Esta postagem foi inspirada e se baseia nas valiosas contribuições de Franz Ruppert, especialmente em sua obra sobre "Almas Confusas" e os tipos de traumas psíquicos (traumas existenciais, de perda, de vinculação e de vinculação sistêmica), além de incorporar conceitos da Teoria Polivagal (Stephen Porges), da Terapia de Aceitação e Compromisso (Steven C. Hayes), dos estudos sobre trauma e corpo (Bessel van der Kolk) e neuroplasticidade (Norman Doidge).

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Os Nós da Alma: Traumas de Vinculação Sistêmica e a Divisão Psíquica

 


Os Nós da Alma: Traumas de Vinculação Sistêmica e a Divisão Psíquica

Desvendando as raízes familiares de conflitos internos profundos.

Já sentiu como se houvesse diferentes partes de você puxando para direções opostas? Ou talvez uma sensação de não pertencer, mesmo estando em seu próprio lar? Esses sentimentos podem ser reflexos dos traumas de vinculação sistêmica, um tipo de trauma que, segundo Franz Ruppert, atinge a própria estrutura da nossa psique e pode levar a uma divisão psíquica.

Imagine situações como mortes em familiares que foram negadas, filhos ilegítimos não reconhecidos, ou crianças entregues para adoção sem um devido processo de luto e integração no sistema. Essas "exclusões" ou segredos no sistema familiar criam nós invisíveis, mas poderosos, que podem se manifestar em gerações futuras. É como se a lealdade oculta ao sistema nos compelisse a "representar" aquilo que não pôde ser visto ou nomeado.

A neurociência nos mostra que nosso cérebro busca coerência. Quando há uma fragmentação interna causada por essas lealdades e segredos sistêmicos, a mente tenta criar uma "lógica" para o que não faz sentido, resultando em conflitos internos e, por vezes, em sintomas que nos parecem inexplicáveis. A Teoria Polivagal nos ajuda a perceber como nosso sistema nervoso pode ficar em um estado constante de desorganização, tentando conciliar realidades opostas.

A visão sistêmica é a chave para desatar esses nós. Ela nos permite olhar para o todo, para as interconexões invisíveis que nos ligam aos nossos antepassados. É um processo de reconhecimento e integração, onde se dá um lugar para o que foi excluído, permitindo que a psique se reorganize e encontre sua inteireza. Não é sobre reviver a dor, mas sobre compreendê-la e, assim, liberar-se.

Se essa ideia de divisão psíquica e traumas de vinculação sistêmica ressoa em você, talvez seja um convite para olhar mais a fundo sua própria história familiar. Desvendar esses nós é um caminho de profunda cura e autoconhecimento. Estou aqui para te guiar nessa jornada de reconexão e integração.

Cida Medeiros

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Esta postagem foi inspirada e se baseia nas valiosas contribuições de Franz Ruppert, especialmente em sua obra sobre "Almas Confusas" e os tipos de traumas psíquicos (traumas existenciais, de perda, de vinculação e de vinculação sistêmica), além de incorporar conceitos da Teoria Polivagal (Stephen Porges), da Terapia de Aceitação e Compromisso (Steven C. Hayes), dos estudos sobre trauma e corpo (Bessel van der Kolk) e neuroplasticidade (Norman Doidge).

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

O Vazio da Perda: Trauma e Depressão

 

(não sei o nome do artista que fez essa arte, portanto se souberem deixem nos comentários)

O Vazio da Perda: Compreendendo o Trauma de Perda e a Depressão

Lidar com perdas: da desmotivação à superação com a visão sistêmica.

A vida é feita de ciclos, e as perdas, infelizmente, fazem parte deles. Mas nem toda perda é absorvida da mesma forma. Quando um trabalho é perdido, um relacionamento termina, ou a morte súbita de alguém amado nos atinge, podemos estar diante de um trauma de perda. Franz Ruppert nos mostra que essas experiências podem levar a um profundo abatimento, falta de estímulo e, em casos mais graves, até mesmo à depressão.

A sensação de vazio que a perda deixa pode ser avassaladora. É como se uma parte de nós fosse arrancada. Nosso sistema nervoso, que busca equilíbrio, pode reagir a essa desorganização de diversas formas. A neurociência nos aponta que o luto não processado pode impactar neurotransmissores e áreas cerebrais ligadas ao humor e à motivação, contribuindo para estados depressivos.

A visão sistêmica nos convida a ir além do evento da perda em si. Ela nos faz questionar: como essa perda se encaixa na história da minha família? Houve outras perdas significativas que não foram elaboradas? Muitas vezes, carregamos não apenas nossa própria dor, mas também a dor não sentida de nossos ancestrais. É como se o "campo" familiar transmitisse essa memória de ausência.

Liberar-se desse peso é um processo que exige gentileza e coragem. É permitir-se sentir o que precisa ser sentido, dar um lugar àquilo que foi perdido e, assim, abrir espaço para a vida fluir novamente. Não se trata de esquecer, mas de integrar a experiência da perda de uma forma que te fortaleça, e não te aprisione.

Se você está sentindo o vazio de uma perda e percebe que isso está afetando sua motivação ou te puxando para a depressão, saiba que não precisa passar por isso sozinho. A abordagem sistêmica oferece ferramentas para honrar o que foi, e ao mesmo tempo, reencontrar seu brilho. Que tal dar o primeiro passo em direção à leveza?

Cida Medeiros

Visite Também: Caleidoscópio do Saber com Cida Medeiros:

Esta postagem foi inspirada e se baseia nas valiosas contribuições de Franz Ruppert, especialmente em sua obra sobre "Almas Confusas" e os tipos de traumas psíquicos (traumas existenciais, de perda, de vinculação e de vinculação sistêmica), além de incorporar conceitos da Teoria Polivagal (Stephen Porges), da Terapia de Aceitação e Compromisso (Steven C. Hayes), dos estudos sobre trauma e corpo (Bessel van der Kolk) e neuroplasticidade (Norman Doidge).

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Trauma Existencial: Quando a Vida Sacode a Alma

 


Trauma Existencial: Quando a Vida Sacode e a Alma Sente

Compreenda como eventos marcantes afetam sua existência.


Imagine-se em um terremoto. Ou testemunhando algo que abala suas estruturas mais profundas. Experiências como acidentes, doenças graves, assaltos ou catástrofes naturais são exemplos do que Franz Ruppert chama de trauma existencial. São momentos em que a própria sobrevivência é questionada, e a vida, como a conhecemos, é sacudida em seus alicerces.

As consequências desses traumas vão muito além do evento em si. Fortes medos, fobias, ataques de pânico e até pensamentos obsessivos podem surgir como resquícios dessa ameaça. É como se o nosso sistema de alarme interno ficasse permanentemente ligado, mesmo quando o perigo já passou. O corpo guarda essas memórias, e o cérebro tenta, a todo custo, nos proteger de algo semelhante no futuro.

A neurociência nos explica que, diante de uma ameaça existencial, o cérebro ativa respostas de luta, fuga ou congelamento. Em algumas pessoas, essa resposta pode ficar "travada", gerando uma sensação constante de desassossego. A Teoria Polivagal nos ajuda a entender como o nervo vago, nosso grande maestro interno, pode estar desregulado, impactando nossa capacidade de nos sentir seguros e em paz.

Olhar para o trauma existencial sob uma visão sistêmica significa reconhecer que ele não afeta apenas o indivíduo, mas também reverberar em seu entorno. Compreender essa dinâmica é crucial para a cura. Não é sobre esquecer o que aconteceu, mas sobre integrar a experiência, permitindo que a energia que ficou "presa" possa fluir novamente.

Se você sente que um evento marcante do passado ainda reverbera em sua vida, gerando medos ou ansiedade, saiba que existe um caminho para a ressignificação. Minha experiência em abordagem sistêmica e o estudo de como o corpo guarda as marcas me permitem oferecer um olhar acolhedor para a sua história. Permita-se dar um passo em direção à sua cura.

Cida Medeiros  

Veja Também: Caleidoscópio do Saber

Esta postagem foi inspirada e se baseia nas valiosas contribuições de Franz Ruppert, especialmente em sua obra sobre "Almas Confusas" e os tipos de traumas psíquicos (traumas existenciais, de perda, de vinculação e de vinculação sistêmica), além de incorporar conceitos da Teoria Polivagal (Stephen Porges), da Terapia de Aceitação e Compromisso (Steven C. Hayes), dos estudos sobre trauma e corpo (Bessel van der Kolk) e neuroplasticidade (Norman Doidge).

sábado, 2 de agosto de 2025

O Vazio do Abandono. três compreensões.



 O Vazio do Abandono: quando o que falta não é o outro, é você consigo mesma

O abandono tem muitas formas. Às vezes é visível – como a ausência de alguém que deveria ter cuidado de nós. Mas, muitas vezes, é sutil, silencioso e profundamente doloroso.

Pode ser o olhar que não veio.
A escuta que não aconteceu.
O colo que não foi dado.

E assim, crescemos sentindo que não somos prioridade de ninguém – nem mesmo de nós mesmas.

Na minha caminhada como terapeuta, pude mergulhar em diferentes abordagens e compreensões sobre o abandono. Na Constelação Familiar, vi como essa dor pode ser transgeracional, atravessando linhagens. No ThetaHealing, compreendi o abandono como uma crença gravada profundamente no subconsciente. No Ho’oponopono, aprendi a purificar memórias que se repetem. E em Access Consciousness, vi que, às vezes, o que nos prende é apenas um ponto de vista fixo.

Com tudo isso, percebi que a grande virada acontece quando a pessoa começa a se reconectar consigo mesma. Porque o maior abandono de todos é aquele que vivemos de nós para nós mesmas.

E você? Tem se abandonado para agradar? Tem deixado sua essência por medo de ser rejeitada?

Você não precisa continuar nesse ciclo.

Meu trabalho é te ajudar a reencontrar sua própria presença — e fazer as pazes com o que ficou em falta, lá atrás.

Se esse texto te tocou, entre em contato. Podemos trilhar juntas um caminho de reconexão e cura.

Cida Medeiros

quarta-feira, 30 de julho de 2025

Além do Olhar: Neurociência e Traumas de Vinculação

 


Além do Olhar: A Neurociência por Trás dos Traumas de Vinculação

Como as primeiras relações moldam seu cérebro e emoções.

Sabe aquela sensação de que algo te falta, ou aquela dificuldade em confiar plenamente? Muitas vezes, a origem está nos nossos primeiros laços, nas primeiras relações que formamos. Os traumas de vinculação, segundo Franz Ruppert, são feridas que surgem quando nossa necessidade de segurança e conexão não é atendida de forma consistente. E o impacto disso é profundo, alcançando até o nosso cérebro.

A neurociência moderna nos oferece lentes poderosas para entender essa complexidade. A Teoria Polivagal, por exemplo, nos mostra como nosso sistema nervoso autônomo se organiza em resposta às experiências de segurança e ameaça. Se a vinculação foi marcada por imprevisibilidade ou abandono, nosso sistema pode se tornar hiperalerta ou, ao contrário, se "desligar" para se proteger.

Pense no cérebro como um músculo que se molda com o uso. Experiências repetidas de vinculação insegura podem criar caminhos neurais que nos levam a repetir padrões de comportamento, mesmo que dolorosos. É por isso que, muitas vezes, nos vemos em situações que parecem um "déjà vu emocional". Mas a boa notícia é que o cérebro que cura é capaz de transformar! A neuroplasticidade é real, e podemos reescrever essas histórias.

A abordagem sistêmica nos ajuda a não olhar apenas para o indivíduo isolado, mas para o sistema de onde ele veio. Compreender a dança das relações que te formaram é crucial para desatar os nós. É um convite a sentir o corpo, a reconhecer as sensações e a começar a criar novas narrativas internas.

Se você se identificou com essa reflexão sobre traumas de vinculação e a influência da neurociência em suas emoções, saiba que existe um caminho. Explorar a visão sistêmica é como acender uma luz em um quarto escuro, revelando o que antes era invisível. Que tal uma consulta para começarmos a desvendar juntos esses padrões e abrir espaço para novas e mais saudáveis formas de se conectar?

Cida Medeiros

Veja Também:  Liberte-se das amarras da mente: um caminho para a plenitude 

                         Você tem trauma com a sua mãe? Como reconhecer os sinais invisíveis dessa dor?


Inspiração e Fonte:

Esta postagem foi inspirada e se baseia nas valiosas contribuições de Franz Ruppert, especialmente em sua obra sobre "Almas Confusas" e os tipos de traumas psíquicos (traumas existenciais, de perda, de vinculação e de vinculação sistêmica), além de incorporar conceitos da Teoria Polivagal (Stephen Porges), da Terapia de Aceitação e Compromisso (Steven C. Hayes), dos estudos sobre trauma e corpo (Bessel van der Kolk) e neuroplasticidade (Norman Doidge).

quarta-feira, 23 de julho de 2025

O Eco do Passado: Traumas Familiares e Nossos Comportamentos


O Eco do Passado: Como os Traumas Familiares Moldam Nossos Comportamentos

Entenda como a história da sua família se manifesta hoje em você.

Você já parou para pensar que as dificuldades que enfrenta hoje, talvez até a forma como se relaciona, podem ter raízes em algo que nem você viveu? Parece loucura, eu sei, mas a verdade é que o sistema familiar é um campo de energia e informação. E, acredite, ele tem um jeito peculiar de nos passar "heranças" que vão muito além de bens materiais.

Pense em um trauma como uma semente plantada no solo da sua família. Se não for cuidada, ela cresce e seus frutos podem se manifestar em gerações futuras através de padrões de comportamento, medos inexplicáveis, ou até mesmo doenças. É como se o eco de um acontecimento do passado reverberasse no presente, afetando suas escolhas e sua visão de mundo.

Nossa neurociência nos mostra que o cérebro, incrível como é, se adapta para sobreviver. Se nossos antepassados viveram em um ambiente de escassez ou perigo, essa "programação" de alerta pode ser transmitida, deixando-nos mais ansiosos ou reativos. É fascinante, não é? O corpo, de fato, guarda as marcas.

A beleza da visão sistêmica é justamente essa: ela nos permite olhar para esses ecos, para essas marcas, com compaixão e entendimento. Não é sobre culpar o passado, mas sobre compreendê-lo para liberar o presente. É sobre dar voz ao que ficou silenciado, permitindo que a energia flua de forma mais saudável.

Curioso para desvendar os ecos da sua própria história? Entender como esses traumas familiares podem estar influenciando seus comportamentos é o primeiro passo para uma vida mais plena. Se essa reflexão tocou você, convido-o a explorar mais no nosso blog Caleidoscópio do Saber, onde abordamos  temas diversos que criam pontes para abordagem sistêmica de diversas formas. E se sentir o chamado para olhar mais de perto para suas próprias dinâmicas, uma conversa pode abrir caminhos surpreendentes.

Cida Medeiros


Inspiração e Fonte:

Esta postagem foi inspirada e se baseia nas valiosas contribuições de Franz Ruppert, especialmente em sua obra sobre "Almas Confusas" e os tipos de traumas psíquicos (traumas existenciais, de perda, de vinculação e de vinculação sistêmica), além de incorporar conceitos da Teoria Polivagal (Stephen Porges), da Terapia de Aceitação e Compromisso (Steven C. Hayes), dos estudos sobre trauma e corpo (Bessel van der Kolk) e neuroplasticidade (Norman Doidge).

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sexta-feira, 13 de junho de 2025

As Marcas Silenciosas de um Amor Imperfeito: Entendendo o Trauma Materno

 



As Marcas Silenciosas de um Amor Imperfeito: Entendendo o Trauma Materno

Sabe, em meus mais de 30 anos como terapeuta, tenho visto de perto como as primeiras relações da nossa vida moldam quem somos. E, sejamos sinceros, a relação com a mãe, muitas vezes idealizada, pode ser também a fonte de feridas profundas e silenciosas: o trauma materno.

Não se trata de culpar ninguém, mas de compreender que nem toda mãe teve as ferramentas para oferecer o amor e o amparo que um filho necessita. Às vezes, por suas próprias dores e histórias não resolvidas, elas podem ter deixado marcas invisíveis, mas poderosas.

O Que Fica Quando o Amor Dói?

As consequências desse tipo de trauma são variadas e podem se manifestar de formas que nem imaginamos. Talvez você sinta uma dificuldade persistente em confiar nas pessoas, um medo constante de ser abandonado, ou uma insegurança que te impede de ir atrás dos seus sonhos. Pode ser que você se sinta sempre aquém, buscando aprovação externa a todo custo, ou que tenha padrões de relacionamento que se repetem de forma dolorosa.

Muitas vezes, essa dor se traduz em ansiedade, depressão, problemas de autoestima ou até mesmo somatizações físicas. É como se houvesse um roteiro interno, escrito na infância, que continua a ditar suas reações e emoções na vida adulta.

Como Perceber Essas Marcas em Você?

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Por Que Repetimos Padrões Nocivos?

 


Por Que Repetimos Padrões Nocivos? Do Inconsciente Familiar à Neurociência do Pertencimento.

Você já se perguntou por que, às vezes, parece que estamos presos em ciclos de comportamento que não nos servem, ou até mesmo prejudicam a nós e aos outros? É uma questão complexa que tem intrigado pensadores de diversas áreas, desde a psicologia profunda até as mais recentes descobertas da neurociência.

terça-feira, 20 de maio de 2025

Quando a Fé Fere




✨Quando a Fé Fere: a dor silenciosa de quem só queria ser aceita por Deus✨

Ela chegou dizendo que brigou com a namorada...
Mas o que estava por trás daquela briga era algo maior:
o medo de não ser aceita.
Pela parceira. Pela sociedade.
E, principalmente, por Deus.

sexta-feira, 16 de maio de 2025

Superando o Desamparo Aprendido




Superando o Desamparo Aprendido: Um Guia para Reconhecer e Agir

Perceber-se em um estado de desamparo aprendido é o primeiro e crucial passo para sair dele. Não é um processo instantâneo, mas sim uma jornada de autoconhecimento e ação deliberada. Se você suspeita que está preso nesse ciclo, as seguintes orientações podem ajudar a identificar os sinais e traçar um caminho para a mudança:

sexta-feira, 9 de maio de 2025

Desafios da Fé: Abuso, Manipulação e Trauma Religioso

 


Desafios da Fé: Abuso, Manipulação e Trauma Religioso

A fé é um refúgio para muitas pessoas, especialmente em momentos de fragilidade emocional, quando buscamos sentido, apoio ou conexão. Porém, nem todo ambiente espiritual oferece o acolhimento que promete. Algumas experiências podem levar a abusos emocionais, manipulação e até traumas profundos. Este artigo é uma prestação de serviço para ajudar você a entender esses riscos, identificar se está sendo vítima de práticas abusivas e proteger seu bem-estar.

O Que Pode Acontecer em Contextos de Fé?

Quando estamos vulneráveis, é natural buscar conforto em grupos ou líderes espirituais. Mas, em alguns casos, essa busca pode ser explorada. Abusos emocionais e traumas relacionados à fé surgem quando a confiança é usada para controlar, em vez de fortalecer. Isso pode acontecer de forma sutil, tornando difícil perceber o que está errado até que os impactos já sejam profundos.

Sinais de Que Algo Está Errado

domingo, 27 de abril de 2025

Você tem medo... ou está sendo chamado?

 



Você tem medo... ou está sendo chamado?

O medo é uma resposta natural.
Ele nasce para nos proteger, para nos manter seguros diante do desconhecido.

Mas com o tempo...
o que era proteção vira prisão.
O medo, silenciosamente, passa de guardião a carcereiro.

Ele se alimenta das histórias que contamos a nós mesmos:
de que não somos capazes, de que não somos merecedores, de que estamos sozinhos no mundo.
E assim, vamos nos afastando da nossa essência, da nossa confiança no fluxo da vida.

Mas e se o medo for, na verdade, um chamado?
Um convite para mergulhar mais fundo?
Para olhar para dentro, para compreender as crenças que nos bloqueiam e libertar a nossa verdadeira força?

domingo, 13 de abril de 2025

Descobrindo Seus Valores

 



Descobrindo Seus Valores: O Farol da Sua Vida com a ACT


Olá, pessoal! Hoje quero falar sobre um tema que considero fundamental para a nossa jornada de autoconhecimento e bem-estar: valores.

Na Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), valores são como o nosso farol. Eles nos guiam, dão sentido à nossa vida e nos ajudam a tomar decisões mais alinhadas com o que realmente importa para nós. Mas, afinal, o que a ACT considera como valores?

Em vez de focar no que queremos evitar ou nos livrar, a ACT nos convida a olhar para frente. Valores são como bússolas, não destinos finais. Eles são "direções escolhidas e construídas verbalmente" que nos motivam e dão propósito à vida.

Como Encontrar Seus Valores?

quarta-feira, 9 de abril de 2025

Você está repetindo uma história que nem é sua?

 


"Padrões Emocionais Familiares: Você está repetindo uma história que nem é sua?"

Ao longo da vida, muitos de nós nos percebemos agindo de formas que parecem automáticas — seja em nossos relacionamentos, na maneira como lidamos com conflitos ou até em como educamos nossos filhos. Já parou para se perguntar de onde vêm esses padrões?

quinta-feira, 3 de abril de 2025

A Importância da Hierarquia Familiar

 

A Importância da Hierarquia Familiar: Navegando Pelos Desafios em Famílias Desfuncionais

A família, nosso primeiro e mais fundamental sistema social, é regida por dinâmicas complexas que moldam nossa identidade e bem-estar. Entre essas dinâmicas, a hierarquia familiar desempenha um papel crucial na saúde e funcionalidade do lar. Embora o termo possa soar rígido, em essência, a hierarquia familiar saudável se refere à distribuição clara de papéis, responsabilidades e autoridade entre os membros, com os pais ou cuidadores primários ocupando a posição de liderança e responsabilidade sobre os filhos.

A Base de uma Família Funcional:

Uma hierarquia bem estabelecida oferece diversos benefícios:

 * Segurança e Estabilidade: Crianças e adolescentes se sentem mais seguros quando percebem que os adultos estão no comando, oferecendo proteção e orientação.

 * Definição de Limites: A hierarquia ajuda a estabelecer limites claros e consistentes, essenciais para o desenvolvimento saudável e o aprendizado de responsabilidade.

 * Modelagem de Comportamento: Os pais servem como modelos de comportamento para os filhos, ensinando respeito, responsabilidade e habilidades de resolução de problemas.

 * Fluxo de Amor e Cuidado: Uma hierarquia saudável permite que o amor e o cuidado fluam de forma adequada, com os pais oferecendo suporte e os filhos recebendo atenção e direcionamento.

Os Desafios da Desfuncionalidade Hierárquica:

Quando a hierarquia familiar se torna disfuncional, diversos problemas podem surgir, impactando negativamente todos os membros:

 * Inversão da Hierarquia: Um dos cenários mais comuns é quando os filhos assumem papéis de poder ou cuidado sobre os pais. Isso pode acontecer em famílias onde os pais são emocionalmente dependentes dos filhos, estão ausentes ou sofrem de alguma incapacidade. Essa inversão sobrecarrega as crianças, privando-as de sua infância e gerando ansiedade e ressentimento.

 * Hierarquia Confusa: A falta de clareza sobre quem tem a autoridade em determinadas situações leva a conflitos constantes, disputas de poder e insegurança. Isso pode ocorrer em famílias com pais inconsistentes ou com dificuldade em estabelecer limites.

 * Alianças Disfuncionais: Quando um dos pais se alia a um filho contra o outro progenitor, a hierarquia parental é quebrada. Isso cria divisões na família, gera ressentimento entre os pais e coloca a criança em uma posição desconfortável de "escolher lados".

 * Pais Autoritários ou Permissivos em Excesso: Ambos os extremos podem prejudicar a hierarquia. Pais excessivamente autoritários sufocam a autonomia dos filhos e geram medo e ressentimento. Pais permissivos demais não oferecem a estrutura e os limites necessários, dificultando o desenvolvimento da responsabilidade.

Impactos da Desfuncionalidade Hierárquica:

As consequências de uma hierarquia familiar disfuncional podem ser duradouras, afetando a saúde mental, emocional e os relacionamentos dos indivíduos ao longo da vida. Alguns dos impactos incluem:

 * Problemas de comportamento em crianças e adolescentes: Desafios de autoridade, agressividade, dificuldades na escola.

 * Ansiedade e depressão: Sentimentos de insegurança, sobrecarga e falta de apoio.

 * Dificuldade em estabelecer limites em relacionamentos futuros: Repetição de padrões disfuncionais.

 * Baixa autoestima e insegurança: Falta de um senso claro de identidade e de pertencimento.

 * Problemas de relacionamento entre os pais: Conflitos constantes e falta de apoio mútuo.

Construindo uma Hierarquia Saudável:

Restabelecer uma hierarquia familiar saudável pode ser um processo desafiador, mas é fundamental para o bem-estar de todos. Algumas dicas importantes incluem:

 * Comunicação Aberta e Respeitosa: Conversar sobre papéis, responsabilidades e expectativas de forma clara e honesta.

 * Consistência na Aplicação de Regras: Pais precisam estar alinhados e consistentes na aplicação de limites e consequências.

 * Empoderamento dos Pais: Reconhecer e fortalecer o papel dos pais como líderes da família.

 * Flexibilidade e Adaptação: A hierarquia precisa ser adaptável às diferentes fases da vida dos filhos.

 * Buscar Ajuda Profissional: Em casos de disfuncionalidade severa, a terapia familiar pode ser essencial para auxiliar a família a reestruturar suas dinâmicas.

A hierarquia familiar não se trata de dominação, mas sim de uma estrutura que oferece segurança, direção e amor. Ao compreendermos sua importância e os desafios que surgem em famílias desfuncionais, podemos buscar maneiras de construir lares mais saudáveis e harmoniosos, onde cada membro se sinta seguro, amado e capaz de prosperar.

Cida Medeiros 

quarta-feira, 2 de abril de 2025

A Base Invisível: Por Que a Hierarquia Familiar Importa

 


A Base Invisível: Por Que a Hierarquia Familiar Importa (E o Que Acontece Quando Ela se Rompe)

Em meio à complexidade dos relacionamentos familiares, existe uma estrutura fundamental, muitas vezes invisível, que sustenta a estabilidade e o bem-estar de todos: a hierarquia familiar. Longe de ser uma imposição autoritária, uma hierarquia saudável, onde pais ou cuidadores exercem uma liderança responsável, é crucial para o desenvolvimento seguro e equilibrado das crianças.

Para compreendermos profundamente essa dinâmica, podemos recorrer às valiosas perspectivas da Terapia Sistêmica Familiar, especialmente às contribuições de Salvador Minuchin e Murray Bowen. Suas teorias nos oferecem um olhar perspicaz sobre como a organização do poder e das responsabilidades dentro da família impacta diretamente a saúde emocional de seus membros.

Os Pilares da Ordem Familiar: As Visões de Minuchin e Bowen

 * A Lente Estrutural de Minuchin: Salvador Minuchin, com sua Terapia Familiar Estrutural, nos ensina que uma hierarquia clara permite que os pais assumam seu papel essencial de provedores, protetores e guias. Isso se traduz em estabelecer limites consistentes, definir regras que promovam o bem-estar e tomar decisões que visam o melhor para os filhos. Uma estrutura bem definida oferece previsibilidade e segurança, elementos vitais para o crescimento saudável.

 * A Perspectiva Sistêmica de Bowen: Embora não foque exclusivamente na hierarquia, Murray Bowen, com sua Teoria dos Sistemas Familiares, reconhece a importância da diferenciação do self entre os membros. Em famílias funcionais, os pais conseguem manter sua individualidade e tomar decisões racionais, sem se deixarem dominar pelas emoções dos filhos. Essa autonomia dos pais estabelece naturalmente uma hierarquia onde eles lideram a gestão emocional e prática da família.

Quando a Base Desmorona: As Características do Abuso Parental

Infelizmente, em algumas famílias, a hierarquia se torna disfuncional, abrindo espaço para o abuso parental. Sob a ótica de Minuchin e Bowen, podemos identificar padrões específicos que caracterizam essa dinâmica destrutiva:

Na Perspectiva de Minuchin:

 * Inversão de Papéis: Os filhos são colocados em posições de poder ou responsabilidade que não lhes pertencem, como se tornarem confidentes dos pais, mediadores de conflitos conjugais ou até mesmo assumirem responsabilidades financeiras prematuramente.

 * Fronteiras Confusas: As barreiras entre pais e filhos se dissolvem. Os pais compartilham excessivamente seus problemas e emoções, buscando nos filhos a satisfação de suas próprias necessidades emocionais.

 * Fronteiras Rígidas: Em contraste, pode haver uma ausência de conexão emocional e comunicação. Pais negligentes, emocionalmente distantes ou inacessíveis criam um ambiente de isolamento.

 * O Triângulo Destrutivo: Um filho é frequentemente envolvido nos conflitos parentais, seja como aliado de um dos pais, como alvo para desviar a atenção dos problemas conjugais, ou como um mediador impossível de solucionar a discórdia.

Na Perspectiva de Bowen:

 * Pais com Baixa Diferenciação: Pais abusivos frequentemente demonstram dificuldade em distinguir seus próprios sentimentos e pensamentos dos dos outros. Reagem de forma impulsiva e intensa, sendo facilmente influenciados pela ansiedade e emoções dos filhos.

 * Padrões que se Repetem: O abuso, infelizmente, pode ser um padrão transmitido de geração para geração. Pais que sofreram abuso ou negligência em sua infância podem, inconscientemente, repetir esses comportamentos.

 * Triângulos Intensos e Rígidos: O filho abusado se vê preso em triângulos emocionais sufocantes com os pais. A tensão entre os pais é direcionada para o filho, que pode desenvolver problemas emocionais ou comportamentais como resultado.

 * A Projeção da Insegurança: Pais com baixa autoestima podem projetar suas próprias inseguranças e sentimentos de inadequação nos filhos, levando a críticas constantes, humilhação e abuso emocional.

O Caminho da Cura: Cuidados e Tratamento

Lidar com o abuso parental exige uma abordagem delicada e multifacetada, com o objetivo principal de garantir a segurança da vítima e, quando possível e seguro, promover a cura e a reestruturação do sistema familiar.

 * Prioridade Absoluta: A Segurança: O primeiro passo é sempre garantir a segurança da criança ou adolescente, o que pode envolver o afastamento do ambiente abusivo e o acionamento de serviços de proteção.

 * A Jornada Terapêutica Individual: A psicoterapia individual é fundamental para a vítima processar o trauma, desenvolver mecanismos de enfrentamento saudáveis e fortalecer sua autoestima. Da mesma forma, o genitor abusivo precisa de tratamento individual para compreender e transformar os padrões de comportamento destrutivos.

 * A Terapia Familiar: Uma Ponte para a Recuperação (Quando Segura): Em situações onde a segurança pode ser garantida e há um comprometimento genuíno com a mudança, a terapia familiar pode ser uma ferramenta poderosa para identificar e modificar os padrões de interação disfuncionais, restabelecer uma hierarquia saudável e fortalecer os laços familiares de maneira segura.

 * O Poder do Apoio: Participar de grupos de apoio oferece um espaço seguro para compartilhar experiências, receber apoio emocional e aprender com outras pessoas que vivenciaram situações semelhantes.

Um Olhar de Esperança e um Apelo à Ação

Compreender a importância da hierarquia familiar e os padrões destrutivos do abuso parental é o primeiro passo para a mudança. Se você reconhece esses padrões em sua própria vida ou na de alguém que você conhece, saiba que a ajuda profissional é essencial. Terapeutas familiares e individuais, com base em abordagens como a Terapia Sistêmica Familiar, podem oferecer o suporte e as ferramentas necessárias para construir relacionamentos mais saudáveis e seguros.

Lembre-se, uma base familiar sólida, construída sobre o respeito, o cuidado e uma hierarquia funcional, é essencial para o bem-estar de todos. Não hesite em buscar ajuda para construir ou reconstruir essa base.


sábado, 29 de março de 2025

Preso no Seu Relacionamento? É Hora de Agir?

 



"Está Preso em um Ciclo de Altos e Baixos no Seu Relacionamento? Descubra se É Hora de Agir"

Você já se perguntou por que seu relacionamento parece uma montanha-russa emocional? Um dia tudo está bem, mas no outro você se sente perdido, culpado ou até com medo? Se isso soa familiar, pode ser um sinal de que você está vivendo algo mais sério — talvez um relacionamento abusivo. Vamos refletir juntos e descobrir se é o seu caso. Você não precisa enfrentar isso sozinho, e há um caminho para sair desse ciclo.

O Que É um Relacionamento Abusivo?

sexta-feira, 28 de março de 2025

Quando o pai fere: o impacto invisível da figura paterna segundo Jung

 



Quando o pai fere: o impacto invisível da figura paterna segundo Jung

Por muito tempo, achei que meu jeito de viver era normal: o perfeccionismo, a cobrança silenciosa, a necessidade de agradar quem estava acima de mim. Sempre acreditei que era apenas parte da minha personalidade. Mas aos poucos, fui percebendo que havia algo mais profundo por trás disso. Algo que eu não nomeava, mas que me moldava. E esse algo... tinha a ver com meu pai.

Talvez você também tenha sentido isso — uma espécie de vazio disfarçado de esforço. Uma rigidez interna que não foi sua escolha, mas parece ter sido herdada. Se sim, talvez esse texto seja pra você.

quinta-feira, 27 de março de 2025

O trauma com a mãe segundo Jung: como isso afeta seu Self e o processo de individuação



O trauma com a mãe segundo Jung: como isso afeta seu Self e o processo de individuação

Introdução:
Você já sentiu que existe uma dor silenciosa dentro de você, como se algo essencial tivesse faltado no início da vida? Muitas vezes, essa dor está relacionada à figura materna — e compreender isso é o primeiro passo para a cura.

Neste artigo, vamos explorar como a Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung entende o impacto dos traumas com a mãe na formação do Self, no processo de individuação e na nossa vida adulta. Com base teórica e uma abordagem reflexiva, este conteúdo é um convite para olhar para dentro.

terça-feira, 25 de março de 2025

Sabe aquele cuidado que a gente sente no coração?



Sabe aquele cuidado que a gente sente no coração? A Abordagem Pikler nos mostra como levar isso para a educação infantil, especialmente para as crianças com desenvolvimento diferente.

Ei, você já parou para pensar naqueles primeiros aninhos de vida? É uma fase tão mágica, cheia de descobertas e aprendizados que moldam quem a gente vai ser. E para as crianças, principalmente aquelas com um desenvolvimento mais lento ou diferente, essa fase é ainda mais crucial.

segunda-feira, 24 de março de 2025

Desvendando o TDAH em Adultos: Sintomas que Você Precisa Conhecer

 


Desvendando o TDAH em Adultos: Sintomas que Você Precisa Conhecer

Você já se pegou com projetos inacabados, dificuldade em manter o foco ou uma mente que parece nunca desligar? Se a resposta for sim, você não está sozinho. Pesquisas recentes indicam que os sintomas do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) podem persistir na vida adulta, impactando significativamente diversas áreas como relacionamentos, carreira e bem-estar pessoal.