segunda-feira, 6 de outubro de 2025

O Campo que Conecta

 


O Campo que Conecta: A Força Invisível das Constelações Segundo Hellinger

O Campo é Tudo: Onde a História Encontra o Agora

Você já se perguntou por que certas situações se repetem na sua vida, como se houvesse uma força invisível ditando o roteiro? Bert Hellinger, o criador das Constelações Familiares, não apenas se perguntou, como nos deu a chave para entender essa dinâmica: o Campo.

Em seu livro, A Fonte Não Precisa Perguntar Pelo Caminho, Hellinger nos convida a mergulhar na compreensão de que somos muito mais do que indivíduos isolados. Somos parte de um sistema familiar vasto, vivo e eternamente conectado.

Afinal, o que é esse Campo?

Ele é a própria totalidade, a amplitude onde todas as pessoas do seu sistema — vivos e mortos, reconhecidos e excluídos — estão inseridas e conectadas. É como se fosse o inconsciente coletivo da sua família, onde todas as informações, dores e destinos estão armazenados e se manifestam.

Como o Passado de 1800 Afeta Sua Vida Hoje

A grande reflexão que a prática das Constelações Familiares nos traz é que você não tem como olhar para fora do Campo. Mesmo quando um representante se volta para algo que aconteceu há séculos, esse evento, digamos, em 1800, ainda faz parte e afeta a dinâmica atual.

Pense nisso: a dor de um bisavô excluído, a injustiça sofrida por uma tia ou um destino trágico não são apenas "história". Eles são energias que vibram no seu presente, prontas para serem vistas, honradas e integradas. É por isso que, muitas vezes, sentimos um peso que não é nosso, um medo inexplicável ou uma dificuldade que parece vir de "lugar nenhum". Vem do Campo que você herda.

Seu Campo Clama por Ordem e Conexão

Essa força é real, poderosa e está atuando silenciosamente no seu cotidiano, moldando suas escolhas, seus sucessos e suas frustrações. Entender o Campo é o primeiro passo para parar de lutar contra os efeitos e ir em direção à causa que está na raiz do seu sistema.

Você sente que é hora de dar voz ao que está invisível, de liberar os emaranhamentos e de trilhar seu próprio caminho com leveza? Se o Campo te move, a solução para a sua dor também está nele.

Cida Medeiros

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Lealdades Invisíveis: O Que Você Ainda Carrega Sem Saber

Uma história tocante sobre trauma, descanso e o poder de um olhar que cura. 



“Os ratos dormem à noite”: uma metáfora para as lealdades invisíveis na alma familiar

Por Cida Medeiros
Terapeuta holística com abordagem integrativa e sistêmica


Em muitos momentos da minha caminhada como terapeuta, me deparo com histórias que tocam camadas muito profundas da alma. Uma delas, ouvida em um seminário com Bert Hellinger, ficou gravada em minha memória e continua ecoando em meu coração há décadas. Ela revela com simplicidade e força como olhares — de dor, de lealdade, de trauma — podem aprisionar vidas inteiras em destinos que não lhes pertencem.

A história é a seguinte:

Um menino em Berlim, exausto, vigiava o corpo do irmão morto para que os ratos não o devorassem. Um homem amigável, ao vê-lo, sussurrou: “Mas os ratos dormem à noite”. Somente então, a criança pôde descansar.

À primeira vista, parece apenas um gesto de ternura. Mas quando olhamos por uma lente sistêmica, essa imagem se transforma em um espelho poderoso.

Lealdades Invisíveis: o menino e seu irmão

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Como lidar com ciclos

 



A Metáfora do Rio e da Semente

Numa terra distante, havia um rio. Não era um rio comum, mas um rio que corria com a memória de todas as paisagens que havia tocado. Em seu leito, carregava pedras arredondadas pela jornada, galhos que outrora foram verdes, e a quietude dos lugares mais profundos. Ele amava seu trajeto, a forma como se movia, a força de sua corrente. E, principalmente, amava uma grande rocha que se tornou seu ponto de referência, um ponto fixo no qual ele sempre se chocava, se moldava e, de alguma forma, encontrava seu ritmo.

A rocha, por sua vez, sentia a pressão e a constância do rio. Ela se via como o ponto de estabilidade e o destino inevitável daquela correnteza. Sua existência se definia pela presença e pela força da água que a esculpia.

Certo dia, o rio percebeu que, por mais que sua corrente moldasse a rocha, o fluxo em si estava se perdendo. As águas se agitavam em círculos viciosos ao redor daquela imensa estrutura, e a dor de chocar-se contra ela era a única sensação que o rio reconhecia como familiar. Ele sentia, em suas profundezas, uma sede por águas que nunca havia tocado, por paisagens que só existiam na memória ancestral. Mas o medo era imenso. O que seria dele sem a rocha que o guiava? Como ele saberia para onde ir sem o atrito que definia seu curso? A rocha também sentiu a mudança. Ela se perguntava o que seria sem o rio para lhe dar sentido, para sentir-lhe a vida correndo sobre sua superfície.

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Olhar Que Cura: A Nova Abordagem para a Saúde Mental

 


Olhar Que Cura: A Nova Abordagem para a Saúde Mental e Bem-Estar

Olhar Que Cura: A Nova Abordagem para a Saúde Mental

Integrando a visão sistêmica, neurociência e ACT para seu bem-estar.

Em um mundo em constante mudança, a forma como cuidamos da nossa saúde mental também precisa evoluir. O tempo em que se olhava apenas para o indivíduo isoladamente está dando lugar a uma compreensão mais ampla, mais integrada. É o que chamo de "Olhar Que Cura": uma abordagem que une a sabedoria ancestral da visão sistêmica com as mais recentes descobertas da neurociência e a eficácia da Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT).

Não se trata de uma única ferramenta, mas de uma sinergia poderosa. A visão sistêmica nos permite compreender os emaranhados e as lealdades ocultas que vêm do nosso sistema familiar, desvendando como os traumas familiares moldam nossos comportamentos. A neurociência nos dá a base biológica, explicando como o cérebro e o corpo guardam as marcas dessas experiências e como podemos, através da neuroplasticidade, reescrever esses padrões. E a ACT nos oferece a bússola para navegar as emoções difíceis, aceitando a dor e nos comprometendo com uma vida de valores.

Imagine ter um mapa completo de si mesmo: entender por que você reage de certas formas (visão sistêmica), como seu cérebro está programado para isso (neurociência) e, mais importante, como agir de forma consciente e intencional para criar a vida que você deseja (ACT). É um caminho de profunda autodescoberta e empoderamento.

Essa é a essência do que venho estudando e aplicando em meu trabalho. Minha jornada, da imersão nas constelações familiares à caminho de completar a graduação em psicologia e estudos em neurociência comportamental, me permitiu e permite construir essa ponte entre diferentes saberes, sempre com o objetivo de oferecer um olhar que cura e transforma.

Se você busca uma abordagem completa para sua saúde mental e deseja mergulhar em um processo de bem-estar que considera todas as suas dimensões – individual, familiar e biológica – convido-o a dar o próximo passo. Uma conversa pode ser o início de uma nova perspectiva para sua vida.

Cida Medeiros


quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Desvendando o Campo: Histórias e Metáforas na Cura Sistêmica


 


Desvendando o Campo: A Força das Histórias e Metáforas na Cura Sistêmica

Como narrativas e arquétipos ativam a cura em seu sistema familiar.

As histórias nos conectam. As metáforas nos fazem ver o mundo de um jeito novo. E no universo da visão sistêmica, elas são ferramentas poderosas para desvendar o "campo" familiar e iniciar processos de cura. Você já reparou como uma boa história pode tocar sua alma de um jeito que a lógica nem sempre alcança?

Nos trabalhos com constelações familiares, a linguagem simbólica e as metáforas são intrínsecas. Elas nos permitem acessar camadas mais profundas do inconsciente, onde os traumas familiares e as lealdades ocultas residem. Uma imagem, uma frase, um conto pode, de repente, iluminar uma dinâmica complexa que antes era invisível. É como se a narrativa abrisse uma porta para a alma.

A neurociência explica esse poder das histórias: elas ativam diferentes áreas do cérebro, incluindo as responsáveis pela empatia e pela imaginação, facilitando a reestruturação de crenças e a liberação de emoções. E quando pensamos em arquétipos, como os de Hélio Couto em "Marketing e Arquétipos", por exemplo, percebemos o quanto essas imagens primordiais, presentes no inconsciente coletivo, têm o poder de moldar nossa percepção e nossas reações.

A sua própria história é um tesouro de metáforas. Ao contá-la, ao revisitá-la com um olhar sistêmico, você começa a reescrever o roteiro. Não é sobre mudar os fatos, mas sobre mudar o significado que você atribui a eles. E essa mudança é libertadora, reverberando por todo o seu sistema.

Se você sente que sua história tem algo a te revelar, e que o poder das histórias e metáforas pode ser um caminho para a sua cura sistêmica, convido-o a explorar mais essa possibilidade. Juntos, podemos desvendar os mistérios do seu campo familiar e ativar recursos internos que você nem imagina que possui.

Cida Medeiros

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Liberdade Autêntica: O Caminho da Aceitação Pós-Trauma

 


Liberdade Autêntica: O Caminho da Aceitação e Compromisso Pós-Trauma

Como a ACT e a neurociência podem guiar você à plenitude.

Após um trauma, muitas vezes nos sentimos presos. Presos a memórias, a medos, a uma sensação de que a vida nunca mais será a mesma. A busca por evitar a dor pode nos levar a caminhos que nos afastam de quem realmente queremos ser. Mas existe uma "mente livre" que podemos cultivar, mesmo com as marcas do passado.

A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), da qual o Dr. Steven C. Hayes é pioneiro, nos oferece um caminho radicalmente compassivo para essa liberdade. Não se trata de "superar" o trauma no sentido de esquecê-lo ou eliminá-lo, mas de aceitar que ele faz parte da sua história, e mesmo assim, se comprometer com uma vida que vale a pena ser vivida. É sobre encontrar seus valores e caminhar em direção a eles, mesmo com a dor ou o desconforto.

Essa abordagem se alinha perfeitamente com o que a neurociência nos ensina sobre a plasticidade cerebral. O cérebro que cura é aquele que aprende novas formas de processar e responder às experiências. Ao invés de lutar contra os pensamentos e sentimentos difíceis, a ACT nos ensina a observá-los com distanciamento, abrindo espaço para a compaixão e para a ação consciente.

E como isso se conecta com a visão sistêmica? Compreender os traumas familiares e as heranças emocionais é um ato de profunda aceitação. É reconhecer que somos parte de algo maior, e que a cura individual reverbera no sistema. Ao aceitar a complexidade da nossa história, abrimos as portas para uma liberdade que vai além do que imaginamos.

Se você busca uma liberdade autêntica, uma forma de viver plenamente mesmo com as cicatrizes do passado, a abordagem sistêmica e os princípios da ACT podem ser seus guias. Permita-se explorar essa jornada de aceitação e compromisso com o que realmente importa para você.


Em 2025, desde o começo do ano tenho realizado atendimentos e supervisões em Terapia Analítico Comportamental que inclui ACT, um curso de 10 horas com Dr. Steven C. Hayes, vários estudos sobre essa maravilhosa ferramenta terapêutica, o que cria uma ponte entre saberes, desde meu trabalho de mais de 30 anos como Terapeuta Holística e graduando no ultimo ano de Psicologia. 

Esta postagem foi inspirada e se baseia nas valiosas contribuições de Franz Ruppert, especialmente em sua obra sobre "Almas Confusas" e os tipos de traumas psíquicos (traumas existenciais, de perda, de vinculação e de vinculação sistêmica), além de incorporar conceitos da Teoria Polivagal (Stephen Porges), da Terapia de Aceitação e Compromisso (Steven C. Hayes), dos estudos sobre trauma e corpo (Bessel van der Kolk) e neuroplasticidade (Norman Doidge).

Conheça:

Caleidoscópio do Saber com Cida Medeiros:

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

A Dança dos Sentimentos: Por Que Repetimos Padrões?

 


A Dança dos Sentimentos: Por Que Repetimos Padrões nos Relacionamentos?

Desvendando os emaranhados familiares que influenciam suas relações.

Já se pegou pensando: "De novo essa situação?", ou "Por que eu sempre atraio o mesmo tipo de problema nos meus relacionamentos?" Se a resposta é sim, você não está sozinho. Muitas vezes, estamos em uma dança inconsciente, repetindo padrões que aprendemos (ou herdamos) em nosso sistema familiar. E essa repetição não é um acaso, é um convite do nosso sistema para olhar para algo que precisa ser visto.

Esses padrões podem vir de traumas de vinculação ou até mesmo de traumas de vinculação sistêmica, onde dinâmicas não resolvidas de gerações anteriores se manifestam no presente. É como se houvesse uma "coreografia" inconsciente, onde cada um de nós assume um papel para tentar resolver o que ficou pendente. Franz Ruppert nos ajuda a entender a profundidade dessas lealdades ocultas.

Do ponto de vista da neurociência, nosso cérebro é um mestre em criar atalhos. Se crescemos em um ambiente com certas dinâmicas relacionais, mesmo que disfuncionais, nosso cérebro se "programa" para reconhecer e até mesmo recriar essas situações. É a busca por aquilo que é familiar, mesmo que seja doloroso.

A visão sistêmica nos oferece a oportunidade de parar essa dança. Ela nos permite identificar os padrões, reconhecer os emaranhados e, com consciência, escolher um novo passo. Não é sobre culpar ninguém, mas sobre assumir a responsabilidade pela sua própria parte na dança. É sobre olhar com amor e compaixão para a história familiar, para então se libertar dela.

Se você está cansado de repetir os mesmos passos na "dança dos seus sentimentos" e deseja criar novas coreografias para seus relacionamentos, a abordagem sistêmica pode te oferecer o mapa. Permita-se desvendar esses padrões e abrir-se para relações mais saudáveis e autênticas.

Cida Medeiros

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Caleidoscópio do Saber com Cida Medeiros:

Esta postagem foi inspirada e se baseia nas valiosas contribuições de Franz Ruppert, especialmente em sua obra sobre "Almas Confusas" e os tipos de traumas psíquicos (traumas existenciais, de perda, de vinculação e de vinculação sistêmica), além de incorporar conceitos da Teoria Polivagal (Stephen Porges), da Terapia de Aceitação e Compromisso (Steven C. Hayes), dos estudos sobre trauma e corpo (Bessel van der Kolk) e neuroplasticidade (Norman Doidge).